O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Armando Monteiro Neto, disse hoje, para que o setor exportador seja minimamente remunerado, não enxerga um câmbio inferior a R$ 2,30. Monteiro Neto disse, no entanto, ser difícil estabelecer um patamar de câmbio ideal.
Ontem, durante o 4º Encontro Nacional da Indústria (Enai), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, citou um estudo do Goldman Sachs que apontava como câmbio ideal um dólar a R$ 2,60. Monteiro Neto afirmou que as medidas adotadas pelo governo para conter a valorização do real são “tímidas”. Ele defendeu a necessidade de acelerar a devolução dos créditos tributários, modernizar a legislação cambial e melhorar as condições de financiamento ao exportador.
Ao encerrar hoje o Enai, Monteiro Neto apresentou uma carta da indústria que propõe ações de curto prazo, com foco na competitividade, entre elas a desoneração de investimentos, o fim da acumulação do crédito tributário, a redução do custo do capital e do spread bancário e o aperfeiçoamento da política cambial para evitar a valorização excessiva do real.
A carta também apresenta ações de longo prazo que serão entregues aos candidatos à Presidência da República. Segundo o presidente da CNI, é preciso criar um ambiente institucional para uma economia de alto investimento. Entre as ações de longo prazo, estão o aperfeiçoamento do sistema tributário e o aumento da capacidade do Estado em investir em infraestrutura.
Monteiro Neto defendeu que é possível criar as condições para o País crescer a uma taxa média de 6% ao ano. Segundo ele, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou para a próxima semana uma reunião do Grupo de Acompanhamento da Competitividade (GAC), na qual o presidente da CNI espera que sejam anunciadas medidas de ajuda ao setor exportador. Ele acrescentou que tem trabalhado para que o governo reduza de 12 meses para zero o prazo de compensação dos tributos pelas empresas.