Dólar a R$ 2,58, a menor cotação em quase 3 anos

O dólar teve ontem um dia histórico e fechou abaixo da marca dos R$ 2,60 pela primeira vez desde o dia 4 de junho de 2002 (em mais de 2 anos e oito meses), período anterior às turbulências com a eleição presidencial. A moeda americana caiu 0,92% e encerrou a R$ 2,58. Desde o início do mês, os bancos falam que o dólar tem espaço para cair até R$ 2,50.

A previsão de entrada de recursos captados no exterior por empresas e bancos contribuiu para o recuo da cotação. Lá fora, o dólar também perdeu valor frente a moedas fortes como o euro, iene e libra. Nem o tradicional leilão de compra de divisas pelo Banco Central evitou uma queda menor da cotação.

Segundo o boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central, o mercado espera que a moeda americana feche fevereiro valendo R$ 2,65. Mas é bom lembrar que, no mês passado, os analistas ouvidos pelo BC erraram suas projeções. Para o fim deste ano, o dólar previsto é de R$ 2,86.

Nesta semana, as atenções dos investidores se concentram no anúncio do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre os juros, amanhã. Segundo o Focus, a aposta dominante é de um aumento de 0,5 ponto percentual, que elevaria a taxa para 18,75%.

Nem o anúncio de uma queda da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mudou essa aposta. Em janeiro, o IPCA recuou para 0,58% em janeiro, abaixo do 0,86% de dezembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

"O resultado não altera em nada a postura do Copom em relação aos juros. Muito pelo contrário, a divulgação do núcleo do IPCA ainda elevado e uma expectativa ainda muito rígida para o IPCA deste ano, conforme pesquisa Focus, reforçam a estimativa de nova alta dos juros em 0,50 ponto percentual", cita a consultoria GRC Visão.

Quanto maiores os juros, maiores são os lucros dos bancos e fundos estrangeiros com títulos públicos e outras aplicações de renda fixa. É por isso que uma alta dos juros atrai mais dólares para o País. Os investidores vendem a moeda dos EUA para comprar papéis vendidos pelo governo. Quanto maior a oferta da moeda, menor a cotação.

Real é a que mais valoriza no mundo

O real segue como a moeda que acumula a maior valorização frente ao dólar neste ano, segundo o levantamento realizado ontem pela agência norte-americana de notícias financeiras Bloomberg. Nesta segunda-feira, o dólar fechou abaixo de R$ 2,60 pela primeira vez desde o dia 4 de junho de 2002. No ano, o dólar acumula queda de 2,80%.

O ranking considerou as 16 principais moedas do mundo: além do real, peso mexicano, coroa dinamarquesa, euro, dólar canadense, coroa sueca, libra esterlina, franco suíço, dólar de Taiwan, rand sul-africano, dólar neozelandês, coroa norueguesa, dólar de Cingapura, dólar australiano, won sul-coreano e iene japonês.

O dólar no Brasil segue a tendência internacional da cotação. No mundo, o dólar perde valor para outras moedas fortes, como euro, iene e libra. A depreciação do dólar interessa aos EUA, pois estimula suas exportações e inibe as importações. Ou seja, fica mais barato comprar produtos americanos. A maior economia do planeta precisa atrair capital estrangeiro para reduzir seu déficit externo.

Quanto maior a oferta de dólar, menor a cotação. O ingresso de dólares no Brasil é crescente. Os exportadores vendem mais, trazendo mais divisas para o País. Bancos e empresas estão captando mais recursos em empréstimos fechados no exterior.

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