Dívida ultrapassa R$ 900 bilhões

A dívida do governo em títulos ultrapassou R$ 900 bilhões pela primeira vez na história. Em junho, essa dívida cresceu 1,98%, ou R$ 17,58 bilhões, e chegou a R$ 905,51 bilhões. A maior parte desse aumento (R$ 13,28 bilhões) é conseqüência da incidência de juros sobre a dívida. Entre setembro do ano passado e maio deste ano, a taxa básica de juros, a Selic, passou por nove elevações e agora está em 19,75% ao ano.

O fato de a Selic estar em um patamar muito elevado é danoso para a dívida pública porque mais da metade dos títulos é remunerada por essa taxa. Ou seja, quando mais sobe, mais alta fica a dívida brasileira.

Apesar disso, houve uma pequena queda na parcela da dívida que é formada por esses títulos, que são os pós-fixados e oscilam com as mudanças de humores no mercado. Eles passaram de 57,24% para 56,56% do total. Isso ocorreu porque o Tesouro conseguiu retirar do mercado no mês passado R$ 4,3 bilhões de LFTs (Letras Financeiras do Tesouro, que seguem a Selic).

Já a parcela da dívida prefixada subiu de 22,05% para 22,95%. A estratégia do Tesouro é aumentar a participação desses títulos. Como sabe com antecedência o quanto irá pagar, fica mais fácil para o governo programar esse gasto.

A parcela da dívida atrelada à variação de moedas estrangeiras, como o dólar, caiu para 4,12%, contra 4,27% do mês anterior. Essa parcela já chegou a 40% em 2002.

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