O coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira de Medeiros, disse nesta terça-feira (8) que a expectativa da instituição é que a dívida pública bruta caia dos 63% do Produto Interno Bruto (PIB) encerrados em 2010 para 47% do PIB em quatro anos. Segundo ele, a previsão do governo é de que a dívida líquida deverá ser reduzida dos 40,4% do PIB no final de 2010 para menos de 31% ao fim do governo Dilma Rousseff.

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De acordo com Medeiros, o governo vai cumprir a meta de superávit primário de 3% do PIB em 2011. Segundo ele, essa poupança do Orçamento faz parte da estratégia do governo de elevar os resultados primários, que evoluíram de 2,1% do PIB em 2009, ano no qual ocorreu uma queda do PIB de 0,6%, para 2,8% do PIB no ano passado.

Para ele, a estratégia do governo de coibir a volatilidade do câmbio é “boa para os investidores.” Segundo Medeiros, a forte variação da cotação do real ante o dólar dos EUA pode trazer insegurança aos agentes econômicos, o que pode gerar insegurança para quem deseja adquirir títulos do governo. De acordo com ele, sem oscilações bruscas do câmbio, o ambiente econômico do País fica mais estável, o que aumenta a previsibilidade da economia nacional e dá mais segurança para os investidores aplicarem em títulos públicos, inclusive de longo prazo.

Títulos públicos

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O subsecretário da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, afirmou que a estratégia de redução gradual da participação das Letras Financeiras do Tesouro (LFTs) no total da dívida pública vai continuar, a fim de evitar “custos adicionais” ao governo. Perto de um terço da dívida pública mobiliária federal interna está atrelada à variação da Selic. “Por outro lado, está ocorrendo uma evolução expressiva da participação dos investidores em títulos indexados a índices de preços”, destacou.

Segundo Valle, “se preciso, o empréstimo do Tesouro para o BNDES neste ano será menor do que o realizado em 2010”, quando atingiu R$ 80 bilhões. “Não há um número fechado”, ressaltou, depois de citar que um montante de R$ 50 bilhões tem sido especulado pela imprensa. “Há espaço para empréstimos do Tesouro ao BNDES neste ano”, destacou. Ele lembrou que, em 2009, o governo liberou R$ 100 bilhões para o banco oficial, recursos que foram utilizados em grande parte para viabilizar empréstimos a empresas, que ficaram escassos com a crise financeira internacional no final de 2008.

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Os comentários dos representantes do Tesouro Nacional foram feitos em teleconferência para investidores internacionais, promovida pelo banco BNP Paribas.