A emissão de títulos e os juros fizeram a dívida pública crescer em março. Segundo números divulgados há pouco pela Secretaria do Tesouro Nacional, a Dívida Pública Federal (DPF) somou R$ 1,398 trilhão em março, alta de 1,25% em relação a fevereiro, quando o estoque tinha totalizado R$ 1,381 trilhão.

continua após a publicidade

A dívida em títulos interna aumentou 1,64% no último mês, passando de R$ 1,247 trilhão para R$ 1,267 trilhão. De acordo com o Tesouro, esse crescimento deve-se ao fato de o governo federal ter emitido, em títulos no mercado interno, R$ 8,45 bilhões a mais do que resgatou em março, além da apropriação de R$ 11,95 bilhões em juros.

Em relação à dívida externa, no entanto, o cenário foi diferente. No último mês, a dívida pública externa caiu 2,36%, encerrando março em R$ 130,45 bilhões, contra R$ 133,60 bilhões registrados no fim de fevereiro. A redução, segundo o Tesouro, deveu-se à queda de 2,66% do dólar no último mês.

O perfil da dívida interna melhorou no último mês. A parcela de títulos prefixados, que tem os juros definidos com antecedência, subiu para 30,09% em março, contra 28,4% em fevereiro. O aumento na proporção de títulos prefixados é desejado pelo Tesouro porque permite ao governo saber exatamente quanto pagará no resgate dos papéis, o que dá mais previsibilidade na administração da dívida pública.

continua após a publicidade

Após três meses seguidos de aumento, a parcela dos títulos vinculados aos juros básicos caiu no último mês. A proporção dos papéis corrigidos pela taxa Selic caiu de 36,46% para 35,17%. Esses títulos reduzem o custo da dívida pública em situações de queda nos juros, como ocorrem atualmente, mas representam risco mais alto para o Tesouro caso a trajetória dos juros mude e a Selic volte a subir.

A parcela de títulos vinculados a índices de inflação ficou praticamente estável, passando de 30,25% para 30,10% da dívida mobiliária. Já a proporção da dívida interna vinculada ao câmbio também caiu, passando de 3,31% para 3,07%. Todos os percentuais levam em conta as operações de swap cambial, operações do Banco Central que servem como venda de dólares no mercado futuro.

continua após a publicidade

Apesar da melhora na composição dos títulos, o prazo da dívida pública caiu em março, passando de 3,61 anos para 3,54 anos. Nesse período, o Tesouro renova toda a dívida. Prazos mais longos são mais desejáveis ao Tesouro na administração da dívida pública. A proporção dos títulos que vencem em 12 meses aumentou de 27,79% em fevereiro para 29,97% no último mês.

Por meio da emissão de títulos públicos, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar os compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o valor com uma correção que varia conforme o indexador dos papéis, que podem ser corrigidos pela inflação, pela Selic, pelo câmbio ou serem definidos com antecedência, como ocorre nos títulos prefixados.