O estoque da dívida pública federal em títulos atingiu R$ 658,78 bilhões no mês de setembro, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Banco Central e pela Secretaria do Tesouro Nacional. Foi um crescimento de R$ 35,99 bilhões sobre agosto, ou 5,78%, explicado principalmente pela alta de 28 87% na cotação do dólar ao longo do mês. A moeda norte-americana  que havia terminado agosto valendo R$ 3,0223, chegou ao final de setembro valendo R$ 3,8949.

A parcela da dívida corrigida de acordo com a variação do dólar chegou a 40,67%, o mais alto índice já registrado pelo governo desde que começou a ser elaborado o relatório com o perfil da dívida pública, em dezembro de 1999. O crescimento ocorreu a despeito de o governo haver resgatado R$ 7,1 bilhões em dívidas atreladas ao câmbio em setembro.

Os resgates, efetuados porque o mercado exigiu taxas consideradas altas demais para a rolagem daqueles papéis, fizeram com que o saldo em dólares da dívida cambial caísse. Segundo o chefe do Departamento de Mercado Aberto do Banco Central, Sérgio Goldenstein, a dívida atrelada ao câmbio era de US$ 77 bilhões em dezembro de 2001 e ficou em US$ 68,8 bilhões em setembro. No entanto, como essa dívida é paga em reais, a alta do dólar faz o saldo subir.

O coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, lembrou mais uma vez que a desvalorização da moeda brasileira é aplicada sobre todo o estoque da dívida, de modo que o saldo da dívida pode crescer ou cair, conforme a variação da moeda norte-americana. No entanto, o efeito dessas oscilações sobre o caixa federal é mais limitado. Em termos de despesa do governo com a dívida, o dólar a R$ 3,8949 pesou apenas sobre os papéis cambiais resgatados em setembro.

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