Brasília

  – A forte alta do dólar em setembro provocou um aumento de 5,78% na dívida mobiliária (em títulos) do governo federal, que passou de R$ 622,79 bilhões em agosto para R$ 658,78 bilhões. Ou seja, o endividamento federal interno subiu R$ 35,99 bilhões no mês passado. A parcela dos títulos públicos atrelados à variação cambial cresceu R$ 50,1 bilhões no período, subindo de R$ 217,87 bilhões para R$ 267,92 bilhões. Com isso, a dívida cambial interna do governo representa agora 40,67% do endividamento total, contra 34,98% do mês anterior, o maior percentual desde o início do acompanhamento dos dados em dezembro de 1999.

Segundo o relatório do Tesouro Nacional sobre a evolução da dívida pública interna, divulgado ontem, o motivo principal para o aumento do endividamento em títulos foi a desvalorização cambial de 28,87%, calculada com base na taxa de câmbio média do último dia útil de cada mês (ptax). No final de agosto, a ptax estava em R$ 3,02 e subiu para R$ 3,89 no final de setembro influenciada pela pressão do mercado financeiro para subir a taxa média na véspera de um vencimento de títulos cambiais.

O chefe do Departamento de Operações do Mercado Aberto (Demab) do Banco Central, Sérgio Goldenstein, afirmou que o forte crescimento da dívida mobiliária no mês passado pode ser totalmente explicado pela alta nas cotações da moeda americana. Isso porque, se for analisada a dívida em dólares percebe-se uma redução, já que o governo não está conseguindo renovar todos os papéis cambiais e, por isso, é obrigado a pagá-los, reduzindo assim o volume dos títulos cambiais em poder do mercado.

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