A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 44,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro, ante 43,3% de agosto. Em dezembro de 2015, estava em 36,2% do PIB. A dívida do Governo Central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 2,670 trilhões. As informações, divulgadas nesta segunda-feira, 31, são do Banco Central. A instituição previa que a relação da DLSP com o PIB chegaria a 43,8% em setembro.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,330 trilhões, o que representou 70,7% do PIB. Este é o maior porcentual já verificado na série histórica do BC, que começou em dezembro de 2006. Em agosto, essa relação estava em 70,1% e a previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 70,6%. No melhor momento da série história, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,69% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País. Atualmente, um dos focos das agências é o andamento das reformas fiscais. Na semana passada, a Standard and Poor’s (S&P) iniciou sua missão anual no Brasil e seus técnicos se reuniram com autoridades do Banco Central e do Ministério da Fazenda, em Brasília.
De acordo com o BC, a elevação na relação de dívida líquida/PIB no ano foi decorrente do impacto da incorporação de juros (+4,88 p.p.), da valorização cambial de 16,9% no período (+3,3 p.p.), do déficit primário (+1,4 p.p.), do efeito do crescimento do PIB nominal (-1,3 p.p.) e do ajuste de paridade da cesta de moedas da dívida externa líquida (-0,3 p.p.).
As projeções do Banco Central para o comportamento da dívida em 2016 foram atualizadas no mês passado. Pelos parâmetros de mercado e da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a dívida líquida deve atingir 46,2% do PIB no fim do ano; a dívida bruta, 73% do PIB; os gastos com juros, 6,42% do PIB; e o déficit nominal, 9,05% do PIB.