A dívida líquida do setor público atingiu, em maio, o ponto mais alto de toda a sua história, chegando a R$ 708,454 bilhões, o equivalente a 56% do Produto Interno Bruto (PIB).
O chefe do departamento Econômico do Banco Central (Depec), Altamir Lopes, advertiu que a relação dívida/PIB poderá aumentar. Em junho ela deverá ultrapassar 58% do PIB devido, principalmente, à desvalorização cambial que até hoje (27) já acumulava 13% no mês. ?É muito alto, sem dúvida?, admitiu Lopes.
De abril para maio, também por causa da depreciação do real frente ao dólar, a dívida cresceu R$ 23,8 bilhões. Lopes disse que o efeito câmbio provocou a elevação em R$ 20,6 bilhões. O aumento restante foi por conta dos juros. A variação brusca do câmbio tem forte impacto sobre a dívida, disse Lopes, porque quase 40% da dívida total do País é atrelada a moeda estrangeira.
Nesses 40% está computada a dívida externa, que hoje representa 11% do total. Sobre a dívida interna o câmbio produz efeito sobre 28% do total.