Dívida interna do Brasil chega a R$ 1,039 trilhão

Brasília (ABr) – A dívida interna do País, expressa em títulos públicos, aumentou R$ 25,08 bilhões no mês passado, com elevação de 2,47% na comparação com a dívida de julho, como mostra o relatório de agosto sobre Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) e Mercado de Capitais. O relatório foi divulgado ontem pelo Tesouro Nacional e Banco Central.

No total, o volume de títulos da União em poder do público, interno e externo, soma agora R$ 1,039 trilhão, estando, portanto, abaixo do intervalo definido pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2006, entre R$ 1,13 trilhão e R$ 1,2 trilhão, como destacou o coordenador de Operações da Dívida Pública, do Tesouro, Manoel Augusto Silva.

Ele disse que o comportamento do mercado, em agosto, se caracterizou pela queda da volatilidade externa, com redução do ciclo de elevação da taxa de juros dos Estados Unidos, e pelo ?cenário doméstico bastante positivo?, no qual destacou os baixos índices de inflação, resultados favoráveis nas contas externas e melhoria da percepção do risco Brasil.

Segundo ele, a conjugação desses fatores favoráveis criou um ?ambiente positivo para o gerenciamento da dívida pública?. Tanto que o País passou a emitir mais títulos com correção prefixada, com maiores prazos de vencimento, e reduziu o volume dos títulos indexados à taxa Selic, com melhora no perfil da dívida, explicou Silva.

A emissão de títulos é o principal componente para aumentar a dívida do País, juntamente com os juros pagos pelo Tesouro para carregamento (rolagem) dessa dívida. Em agosto, as emissões somaram R$ 36,76 bilhões, contra resgates equivalentes a R$ 24,60 bilhões, diferença que se somou aos mais de R$ 12,5 bilhões gastos com juros da dívida no mês.

Das emissões, R$ 16,9 bilhões (46%) se referem a títulos com remuneração prefixada; R$ 13,3 bilhões (36%) são de títulos atrelados à taxa básica de juros e R$ 6,5 bilhões (18%) indexados por índices de preços. Quanto aos resgates, o Tesouro comprou R$ 14,8 bilhões em títulos vencidos no mês e antecipou R$ 9,8 bilhões em operações de compra/troca de vencimentos futuros.

O prazo médio das emissões em ofertas públicas aumentou de 28,5 meses, em julho, para 38,5 meses, em agosto, por causa do crescimento dos títulos atrelados a índices de preços, que têm prazo de vencimento mais longo. Isso contribuiu para reduzir de 41,2% para 39,19% o estoque da dívida com vencimento nos próximos 12 meses, o que equivale a R$ 407,18 bilhões.

A DPMFi não inclui a dívida externa, nem os empréstimos feitos por estados, municípios e empresas estatais. É apenas o que o governo deve em títulos públicos, nas mãos de investidores, que são remunerados por comprarem papéis com vencimento prévio, que ajudam o País a administrar a dívida.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo