Dívida em dólar diminuiu em janeiro

A dívida do governo federal indexada ao dólar deve atingir neste mês o menor patamar desde dezembro de 1999, quando o Banco Central e o Tesouro Nacional começaram a divulgar mensalmente a evolução da dívida brasileira. A redução da dívida cambial torna o pagamento da dívida mais previsível porque o País fica menos vulnerável a possíveis crises financeiras que gerem pressões sobre o câmbio.

Segundo o chefe-adjunto do Departamento de Operações de Mercado Aberto do BC, Ivan Lima, a dívida em títulos atrelados ao dólar vendida no mercado interno somada às operações de “swap” (contratos cuja remuneração é definida pela variação do dólar e dos juros) deve cair para menos de 20,75% do total em janeiro, com um resgate total de US$ 3,4 bilhões em papéis cambiais. Se confirmado, esse será o melhor percentual da série histórica. Um índice tão positivo quanto 20,75% foi atingido uma única vez, em julho de 2000.

O governo veio reduzindo a dívida cambial durante todo o ano passado. A parcela total caiu de 37% em dezembro de 2002 para 22,1% no mês passado.

Lima disse que em 2004 o País deve continuar a diminuir a parcela da dívida cambial, mas não divulgou uma meta. Ele também afirmou que o governo deve reduzir os papéis indexados à taxa Selic (pós-fixados, ou seja, sujeitos a mudanças do humor de mercado) e aumentar a fatia dos papéis prefixados (com remuneração fixa ao investidor, independentemente de possíveis crises financeiras que o País possa atravessar.

Outro objetivo será o aumento do prazo para o pagamento da dívida interna, que atualmente é de 31,3 meses. Segundo o coordenador da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Paulo Valle, o País deve continuar alongando os prazos da dívida e os vencimentos de 2005 e 2006 “seguramente” serão menores que em 2004.

Ele afirmou ainda que a melhoria do perfil da dívida vai contribuir para um novo aumento do “rating” (nota da dívida) brasileiro pelas agências de classificação de risco – o que significa menores custos para o Brasil e as empresas do País tomarem empréstimos no exterior.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo