A dívida líquida do setor público subiu de 43,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em junho para 44,1% do PIB em julho, informou hoje o Banco Central (BC). Em valores nominais, a dívida subiu de R$ 1,259 trilhão em junho para R$ 1,283 trilhão no mês passado.
A dívida bruta do governo geral (que abrange governo federal, Estados e municípios e exclui BC e empresas estatais) passou de 63,8% do PIB em junho para 65,5% do PIB em julho. Em termos nominais, a dívida bruta subiu de R$ 1,859 trilhão em junho para R$ 1,908 trilhão em julho.
Superávit primário
O BC informou ainda que o setor público teve superávit primário de R$ 3,18 bilhões em julho. O superávit primário refere-se à economia que o governo faz para o pagamento de juros da dívida. No acumulado de janeiro a julho, o superávit primário do setor público consolidado somou R$ 38,435 bilhões, o equivalente a 2,25% do PIB. O resultado, porém, é menos da metade do registrado em igual período de 2008, quando o esforço fiscal foi de R$ 92,770 bilhões, o correspondente a 5,63% do PIB.
Segundo o BC, o superávit primário de janeiro a julho somou R$ 22,640 bilhões no governo central (1,32% do PIB), R$ 16,117 bilhões nos governos regionais (0,94% do PIB) e déficit de R$ 323 milhões nas estatais (0,02% do PIB).
Nos primeiros sete meses do ano, as estatais federais acumularam déficit primário de R$ 2,205 bilhões (0,13% do PIB). No acumulado em 12 meses até julho deste ano, o superávit primário do setor público acumula R$ 52,085 bilhões, correspondente a 1,76% do PIB. Nesse período, a contribuição do governo central foi de R$ 25,497 bilhões (0,86% do PIB). Os governos regionais apresentaram resultado primário positivo de R$ 24, 629 bilhões (0,83% do PIB) e as estatais contribuíram com R$ 1,960 bilhão (0,07%). As empresas federais tiveram déficit de R$ 905 milhões.
Déficit nominal
O setor público consolidado encerrou o mês de julho com déficit nominal (conceito que, além das receitas e despesas, inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 12,989 bilhões. O resultado é superior ao observado em junho, quando o valor ficou em R$ 10,130 bilhões, e também superou o registrado em julho de 2008, quando ficou em R$ 7,883 bilhões.
Segundo os dados do BC, a maior contribuição para o déficit nominal foi do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social), que respondeu por R$ 13,125 bilhões. Uma pequena fração desse déficit foi compensada pelo superávit nominal das empresas estatais, de R$ 207 milhões em julho.
No acumulado de janeiro a julho, o setor público apresentou déficit nominal de R$ 56,671 bilhões, o equivalente a 3,31% do PIB. Esse resultado é superior ao computado em igual período de 2008, quando o déficit nominal era de R$ 15,063 bilhões, o correspondente a 0,91% do PIB. Segundo o BC, a maior contribuição para o déficit no período acumulado de 2009 foi novamente do governo central, que registrou déficit nominal de R$ 63,370 bilhões (3,70% do PIB).
Nos 12 meses encerrados em julho de 2009, o déficit nominal do setor público ficou em R$ 98,848 bilhões (3,35% do PIB). Nesse período, o governo central apresentou déficit nominal de R$ 93,073 bilhões (3,15% do PIB) e as empresas estatais obtiveram superávit nominal de R$ 380 milhões.