O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, afirmou hoje que espera que a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB) siga estável em 43,1% em julho, mesmo nível observado em junho. Altamir minimizou a preocupação com a evolução do indicador, que subiu nos últimos meses depois de registrar, em dezembro de 2008, o equivalente a 38,8% do PIB.

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“A evolução da dívida não é explosiva. A dinâmica se mostra bastante favorável para 2009”, afirmou, ao citar que a estimativa oficial para o indicador, no fim do ano, é de 41,4%. Segundo Altamir, caso o governo federal utilize integralmente a margem de 0,5% do PIB para o Projeto Piloto de Investimento (PPI), a proporção entre a dívida e o PIB poderá atingir 41,9%.

O chefe do Departamento Econômico do BC afirmou ainda que o resultado de junho das contas públicas não surpreendeu. “Não é estranho, porque não poderíamos esperar um outro comportamento nesse cenário de crise, em que as receitas caem e a ação anticíclica do governo eleva os gastos”, disse.

Altamir ressaltou ainda que o indicador mais importante das contas públicas, atualmente, é o que mostra a redução do gasto com juros. “A despeito da queda do superávit primário (economia do governo para o pagamento dos juros da dívida), temos uma redução bastante expressiva no gasto com juros nominais. Isso deve trazer um comportamento benigno para as contas no segundo semestre”, analisou.

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Déficit nominal

Altamir Lopes informou ainda que o déficit nominal (conceito que, além das receitas e despesas, inclui os gastos com o pagamento de juros da dívida pública) de R$ 10,130 bilhões, registrado em junho, foi o mais baixo para o mês desde 2001, quando se inicia a série histórica do BC que exclui a Petrobras das contas públicas. No primeiro semestre, o resultado nominal de R$ 43,682 bilhões também foi o pior da série, segundo Altamir.

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Já o superávit primário (economia do governo para o pagamento dos juros da dívida) de junho, que somou R$ 3,376 bilhões, foi o mais baixo para o mês desde 2003, a despeito de ter vindo acima das expectativas do mercado. O resultado do semestre, de superávit de R$ 35,255 bilhões, foi o menor desde 2002.

O superávit dos governos regionais, com saldo positivo de R$ 2,523 bilhões, foi o mais baixo para o mês desde 2006, e o das empresas estatais, o maior desde 2002.