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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Altamir Lopes: recorde.

O resultado primário recorde fez a dívida líquida do setor público recuar 0,8 ponto percentual em abril. Com a queda, o tamanho do endividamento do setor público brasileiro passou dos 51,8% do Produto Interno Bruto (PIB) de março para 51% do PIB. O percentual, de acordo com o chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Altamir Lopes, é o menor desde os 50,8% do PIB de maio de 2005. No ano, a dívida líquida acumula uma redução de 0,5 ponto percentual.

A trajetória de queda, segundo o chefe do Depec, deverá ser mantida neste mês de maio, embora em intensidade menor. ?Com uma taxa de câmbio de R$ 2,40, é possível que a dívida termine maio em 50,6% do PIB?, disse. A manutenção da tendência de redução seria assegurada, desta vez, pelo comportamento do câmbio. ?O BC lucra com a desvalorização do real em função das operações de swap cambial reverso?, explicou. Esse ganho acabará por gerar um nova diminuição da dívida mesmo que o superávit primário de maio venha em nível mais baixo que os R$ 19,426 bilhões de abril.

No fim do ano, a dívida líquida do setor público deverá atingir a marca dos 50% do PIB, segundo Lopes. ?A projeção leva em conta um câmbio de R$ 2,20 ao final do ano, um crescimento do PIB de 4% e uma taxa média de juros de 15,3% ao ano?, explicou o chefe do Depec. Neste caso, o tamanho da dívida atingiria seu menor nível desde os 49,9% do PIB alcançado em abril de 2001 e a redução do endividamento acumulada nos quatro anos de governo Lula chegaria a 5,5 pontos percentuais. No segundo semestre, a velocidade da diminuição da dívida deverá se acentuar em função da redução do peso dos juros incorporados ao valor do endividamento.

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Em abril, o BC já registrou uma discreta queda dos valores efetivamente pagos em juros da dívida. O tamanho destas despesas de acordo com os dados do BC, passou dos R$ 12,899 bilhões de março para R$ 12,873 bilhões. A redução, de acordo com o chefe do Depec, só não foi maior em função da valorização de 3,8% do real ocorrida no mês passado, antes da atual oscilação negativa da moeda nacional. ?Esta valorização fez o BC pagar cerca de R$ 2 bilhões nos contratos de swap cambial reverso?, comentou Altamir. Estas despesas, de acordo com o chefe do Depec, são contabilizadas pelo BC como gastos com juros do setor público. No período de janeiro a abril, os gastos com juros estão acumulados em R$ 57,048 bilhões (8,98% do PIB).

Neste mês, a desvalorização do real frente ao dólar fará com que o BC, em vez de despesa, venha a ter receita com as operações de swap cambial reverso. O peso dos gastos com juros sobre as contas do setor público, com isso, tenderá a ser menor que o verificado em abril. O déficit nominal do setor público acumulado em 12 meses, com isso, poderá começar a se aproximar um pouco mais da projeção de 3% do PIB feita hoje pelo chefe do Depec. Em abril, o déficit estava em 3,69% do PIB, percentual já menor que os 3,89% do PIB de março.

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