O aumento da taxa básica de juros da economia (Selic) ajudou a elevar a dívida do governo federal em título públicos para R$ 784,9 bilhões em novembro, um crescimento de 1,1% na comparação com o mês anterior, segundo nota divulgada ontem pelo Banco Central e pelo Tesouro Nacional. Em outubro, a dívida somava R$ 776,5 bilhões.
Na reunião do mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) elevou a Selic em 0,5 ponto percentual, para 17,25% ao ano. Desde setembro, os juros básicos acumulam alta de 1,25 ponto percentual.
Além do aumento da taxa de juros, que encarece o custo da dívida pública, as emissões de títulos realizadas pelo Tesouro no mês passado superaram os resgates em R$ 1 bilhão.
No entanto, mesmo com o aumento dos juros houve leve queda da parcela da dívida formada por títulos pós-fixados – remunerados pela Selic, que oscila mais com as mudanças de humores no mercado -, que passou de 54,15% para 53,82%. Para o governo, fica mais fácil pagar a dívida quando cai o volume desses títulos no total da dívida.
A quantidade de títulos prefixados – cuja remuneração é definida no momento da emissão e, portanto, varia menos com o humor do mercado – subiu de 17,41% para 18,71%.
Também caiu novamente a parcela dos papéis indexados ao câmbio (dólar) na composição total da dívida.
A parcela de títulos públicos corrigidos pela variação do dólar caiu de 11,24% para 10,35% no mês passado. Essa redução aconteceu, principalmente, pelo resgate líquido de R$ 2,5 bilhões em títulos e pela valorização do real frente ao dólar.
O objetivo do BC e do Tesouro é reduzir as dívidas em dólar e indexadas à Selic e aumentar a participação de papéis prefixados e atrelados aos índices de inflação. Para o tomador do dinheiro – o governo -, isso é bom porque ele sabe com antecedência o quanto irá pagar pelo empréstimo.
Prazo
O prazo médio de emissão da dívida subiu para 18,1 meses, contra 16,9 no mês anterior.
Já prazo médio da dívida pública ficou praticamente estável, passando de 28,5 meses para 28 meses.
Do total da dívida, 45,51% vencerá nos próximos 12 meses, ante 45,9% no mês anterior.