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O movimento de alta das taxas de juros tem provocado um efeito danoso na dívida brasileira. Em janeiro, a dívida interna do governo federal em títulos públicos chegou a R$ 826,6 bilhões, um crescimento de R$ 16,34 bilhões em relação ao mês anterior. Outro fator que contribuiu para o aumento foi a venda de títulos públicos, que tiveram um impacto de R$ 5,4 bilhões na dívida.

O aumento dos juros tem impacto porque aumenta a despesa com a administração da dívida. Por outro lado, é bom para investidores que compram títulos do governo federal (bancos e fundos de investimento, principalmente) já que eles irão receber uma remuneração maior pela operação.

A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) subiu 2,25 pontos percentuais entre setembro de 2004 e janeiro deste ano, para 18,25% ao ano. Como essa taxa serve para remunerar mais da metade dos empréstimos feitos por investidores ao governo por meio da compra de títulos, quanto maior a Selic, mais cresce a dívida.

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Com a elevação dos juros ficou mais difícil pagar a dívida. A parcela formada por títulos pós-fixados – remunerados pela Selic e que oscilam fortemente com as mudanças de humores no mercado – passou de 52,41% para 56% do total dos débitos, a mais alta desde fevereiro de 2000 (56,64%). Para o governo, quanto mais sobe o volume desses títulos no total da dívida, mais imprevisível fica seu pagamento no futuro.

Em agosto, mês anterior ao início do ajuste monetário promovido pelo BC, a dívida mobiliária estava em R$ 761,77 bilhões. Ou seja, em apenas cinco meses de crescimento dos juros a dívida cresceu R$ 64,93 bilhões.

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Dólar

O resultado de janeiro poderia ter sido pior se a cotação do dólar não tivesse caído. Como parte da dívida é remunerada pela variação da moeda norte-americana, essa queda tem um efeito positivo. No mês passado, a valorização do real frente ao dólar foi de 1,12%. Além disso, o governo resgatou R$ 4 bilhões em títulos cambiais.

A parcela dos papéis indexados ao câmbio (dólar) na composição total da dívida passou de 9,88% em dezembro para 8,03% no mês passado. Esse é o menor nível da série histórica.

A quantidade de títulos prefixados (cuja remuneração é definida no momento da emissão e, portanto, varia menos com o humor do mercado) caiu de 20,09% para 18,71%.