A dívida dos governos da zona do euro diminuiu nos três meses encerrados em setembro de 2013, no primeiro declínio desde o fim de 2007. Essa é uma indicação de que o bloco pode estar deixando para trás um dos seus maiores problemas.
A agência de estatísticas da União Europeia afirmou que a dívida combinada dos 17 países que estavam na zona do euro no ano passado caiu para 92,7% do Produto Interno Bruto (PIB) combinado no terceiro trimestre, de 93,4% no segundo trimestre. As dívidas permaneceram acima da proporção de 90% do PIB registrada no terceiro trimestre de 2012 e bem acima do limite de 60% imposto pelas regras da UE.
As dívidas dos governos aumentaram depois da crise financeira global de 2008 à medida que a contração econômica que se seguiu prejudicou as receitas fiscais, enquanto o custo do resgate dos bancos debilitados aumentava. Na Grécia, na Irlanda e em Portugal os níveis de dívida subiram tão rapidamente que os investidores pararam de compras bônus soberanos e o restante da UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI) tiveram de intervir para fornecer suporte financeiro.
Em dezembro passado, a Irlanda se tornou o primeiro desses países a encerrar a dependência da UE e do FMI e voltar a se financiar nos mercados de bônus. Depois desse acontecimento, o declínio das dívidas dos governos no terceiro trimestre será comemorado pelos formadores de política da zona do euro como uma indicação de que a estratégia usada para lidar com os problemas econômicos do bloco está dando certo, apesar dos altos níveis de desemprego e do baixo crescimento.
Enquanto o crescimento da economia permanecer fraco, levará muitos anos para que alguns governos da zona do euro reduzam suas dívidas para os níveis que prevaleciam antes da crise global. No terceiro trimestre, por exemplo, o governo da Grécia tinha dívidas equivalentes a 171,8% do PIB do país, enquanto a Irlanda tinha 124,8% do PIB e Portugal tinha 128,7% do PIB.
A proporção de dívida caiu em Portugal e na Irlanda no terceiro trimestre, assim como na Alemanha, na França e na Itália – as três maiores economias da zona do euro. Fonte: Dow Jones Newswires.