O norte-americano nunca esteve tão endividado. A dívida do setor doméstico hoje é a maior de todos os tempos, excedendo 85% do PIB. Isto representa cerca de 20 pontos percentuais a mais do que a média da última década.
O motivo está nas altas taxas de consumo. Em um momento de recuperação da economia com baixos níveis de emprego e de renda, os consumidores não refrearam seu ímpeto de compra e empurraram a taxa de consumo no país para o número recorde de 71% do PIB, nos últimos dois anos e meio.
Basicamente, a fonte de dinheiro para o consumidor de baixa renda residiu nos cortes de impostos e no sistema de refinanciamento da casa própria.
Com os baixíssimos juros no país, a população vem refinanciando seus empréstimos e colocando a diferença no bolso. O resultado é simples: mais dívidas e um mercado de imóveis com preços crescentes, a caminho de uma típica bolha imobiliária.
Nos últimos dois trimestres, o índice de preço de imóveis nos EUA tem aumentado a uma média anual de 9,8% – um dos maiores números já registrados.
“Enquanto isso ainda não caracteriza uma bolha, há crescentes sinais que apontam nessa direção”, diz em relatório o economista-chefe do Morgan Stanley, Stephen Roach.