Ficar sem emprego vem sendo uma “tarefa” cada vez mais difícil. Nos finais de ano, então, a impressão é de que só fica sem trabalho quem quiser. E em setores como o varejo, principalmente, o número de vagas costuma explodir nessa época.

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E neste ano, a explosão é ainda maior. As temidas exigências – motivo que era frequentemente apontado como entrave para uma contratação – estão cada vez menores, e em alguns casos, até mínimas. O trabalho temporário, que em pelo menos um quarto dos casos se torna efetivo ao final do contrato, é uma das principais portas de entrada.

Exemplos não faltam. Um deles podia ser visto até ontem: Curitiba sediou mais um Mutirão do Emprego Temporário, promovido pela Prefeitura, que ofertou 8,7 mil vagas em vários setores, na capital e Região Metropolitana.

Reunindo 29 empresas de segmentos como o comércio, serviços, construção civil e supermercados, o evento reuniu milhares de interessados, que não se importaram com a chuva e foram até a Praça Rui Barbosa preencher fichas e distribuir currículos.

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Apesar do mutirão ter sido encerrado ontem e as vagas temporárias para o Natal estarem sendo preenchidas rapidamente, as empresas de Recursos Humanos e as companhias que contratam por conta própria ainda estão abertas a candidatos para o período.

Isso porque há muitas vagas disponíveis, em parte devido às eleições, que absorveram grande parte do efetivo – até porque o trabalho na área é melhor remunerado.

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De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), só no Paraná o número deve chegar a 11 mil, superando em 11% as 9,8 mil vagas ofertadas no mesmo período do ano passado.

No País, a expectativa é de 139 mil contratações. Porém, só os shopping centers estimam número parecido, que chega a 130 mil vagas – 10% mais que no Natal do ano passado.

Estimativa da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) aponta quase 30 mil vagas temporárias abertas atualmente nesses estabelecimentos, em nove estados e no Distrito Federal.

Crédito

De acordo com o diretor regional da Asserttem no Paraná, Danilo Padilha, as primeiras projeções para este fim de ano, no Estado, previam cerca de 8 mil vagas.

“Mas no dia a dia já vimos que essa marca foi superada”, afirma. Para ele, a superação aconteceu graças a vários fatores, como a saída do Brasil da crise (que era forte no final do ano passado) e a oferta maior de crédito, que movimenta mais o comércio. Ele considera que os consumidores estão mais dispostos, este ano, a gastar com presentes e nas festas.

Padilha informa que a grande maioria das vagas que as empresas associadas à Asserttem estão oferecendo são para trabalho no comércio – shopping centers, lojas de rua e supermercados – ou em serviços, para funções de atendimento direto ao público. Há, ainda, vagas na indústria, apesar de mais escassas, já que os picos de produção do setor para o fim do ano são atingidos mais cedo.

Não são só as vagas que estão mais numerosas este ano. Os salários, conta Padilha, também estão melhores, ficando principalmente na faixa entre R$ 650 e R$ 890.

Isso sem contar eventuais benefícios e gratificações, comuns principalmente no comércio. A melhora nos salários é, segundo o executivo, de cerca de 10% – bem mais do que a inflação dos últimos 12 meses, de 4,7%.

Efetivação

O trabalho temporário pode ser visto com alguma desconfiança por candidatos, que obviamente preferem vagas efetivas. Porém, o que muitos não percebem é que boa parte dos contratados por tempo determinado acabam sendo efetivados no final do contrato.

Padilha diz que a expectativa é de que isso aconteça em 28% dos casos, este ano – nos últimos anos, a taxa vem oscilando entre 25% e 30%. Um levantamento feito pelo Park Shopping Barigüi em suas lojas mostra um índice de 25%, idêntico ao obtido pela Alshop.

Interessados devem ficar atentos

Divulgação
Milhares foram até a Rui Barbosa.

O Mutirão do Emprego Temporário terminou, mas as agências de recursos humanos continuam com muitas vagas abertas. Uma lista dessas empresas pode ser encontrada no site da Asserttem, no link http://j.mp/amQ3QN.

Uma simples consulta a algum buscador também pode ajudar: basta digitar “emprego temporário” ou “recursos humanos” e a cidade pretendida. Vale, ainda, procurar a Agência do Trabalhador local (www.sine.pr.gov.br). Outra dica é procurar diretamente nas sedes ou sites das empresas.

O Park Shopping Barigüi, por exemplo, está informando as vagas no seu site (www.parkshoppingbarigui. com.br, na seção “Trabalhe Conosco”), a maior parte em âncoras como Renner, C&A, Zara e a Fnac.

O Condor Água Verde, que será inaugurado em Curitiba, irá selecionar 500 pessoas na próxima quarta-feira. O processo seletivo será realizado no Conjunto Itatiaia, Rua Nicolau Vorobi, 255, CIC -Próximo ao Colégio Protásio de Carvalho – das 9h às 16h. (HM)

Agências estão reduzindo as exigências

A falta de experiência, que costumava ser o maior empecilho para jovens conseguirem emprego, é cada vez menos usada como justificativa para não contratar pessoas.

Como está difícil encontrar candidatos para preencherem vagas nas faixas salariais mais baixas, ou com jornadas de trabalho que incluem noites e finais de semana, as agências de recursos humanos estão reduzindo radicalmente as exigências.

Agora, em muitas áreas, o quesito é deixado de lado em prol do perfil: para conseguir emprego, basta ter características mais pessoais, que não são aprendidas na escola, como pró-atividade, ambição e dinamismo.

A gerente de contas do GI Group, Viviane Marinato, conta que a agência em que trabalha tem muitas vagas em que é exigido apenas ensino fundamental completo.

A seleção é feita de acordo com o perfil. A falta de experiência profissional, para ela, pode ter um lado positivo para as empresas. “Elas podem moldar as pessoas dentro de seus padrões, deixando de lado os vícios que cada um acaba desenvolvendo”, diz.

Exigências parecidas são feitas por lojas como a Fnac, no Park Shopping Barigüi. A gerente da loja, Mariana Manita, diz que é necessário conhecimento na área pretendida e ser uma pessoa comunicativa. No caso da loja, os candidatos devem ser maiores de 21 anos e terem o ensino médio completo.

Em supermercados como o Condor, o Mercadorama e o Big, é deixado claro que disponibilidade de horário é imprescindível. Portanto, não adianta esperar descanso nos finais de semana e feriados, por exemplo. (HM)