Os números fracos de janeiro, as perspectivas econômicas ruins e a baixa demanda por parte da indústria automotiva, de máquinas e equipamentos e do setor da construção civil, além dos desdobramentos ainda não calculáveis com operação Lava Jato, fizeram os distribuidores de aço revisarem suas projeções para as vendas neste ano, para uma queda de 4%, ante um crescimento inicialmente estimado em 2%, informou o Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).
“Não tem como ter crescimento de uso do aço com queda de PIB e queda de investimento em capital fixo”, disse o presidente da entidade, Carlos Loureiro, a jornalistas. Ele comentou particularmente sobre a desaceleração do setor de máquinas e equipamentos, diante dos problemas enfrentados pelas empreiteiras em meio ao escândalo de corrupção na Petrobras, sobre o mau momento da indústria automotiva, e sobre a dificuldade da obtenção do financiamento para compra de novos ônibus e caminhões após a mudança nas condições do PSI. “Se a indústria automotiva cair 10%, como tem se falado, só com isso caímos 13%”, disse.
As mais recentes projeções do Inda indicam um primeiro bimestre bastante ruim, com queda de 18,5% nas vendas. Na comparação com dezembro, o mês passado registrou um aumento de 26,6% nas vendas de aço, acima do projetado inicialmente (de 25%), mas Loureiro salientou que o movimento se deu por conta de uma antecipação de compras antes do aumento dos preços do aço de 5% a 8% no final de janeiro para as distribuidoras, que, em sua maioria, repassaram o reajuste para seus clientes em fevereiro.
Para ele, todo o primeiro semestre será difícil, com uma queda esperada na faixa dos 10%. “Para fechar com queda de 4%, teremos que ter uma recuperação no segundo semestre”, disse. Loureiro salientou, no entanto, que parte dessa “recuperação” virá pela base de comparação mais fraca dos últimos seis meses do ano passado.