O custo adicional a ser equacionado pelas distribuidoras de energia até o fim do ano deve ficar em torno de R$ 2,4 bilhões, após o leilão A-0 e o empréstimo de R$ 11,2 bilhões intermediado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) junto a um sindicato de bancos. A estimativa foi feita pelo presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite.

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O leilão de energia realizado no último dia 30 contratou 85% das necessidades totais de 2,4 mil megawatts (MW) médios das distribuidoras. Com isso, Leite avalia que o custo que seria de R$ 10 bilhões com essa energia cai a R$ 1,5 bilhão até dezembro. Antes do leilão as empresas vinham recorrendo ao mercado à vista para comprar a diferença da energia descoberta ao preço de R$ 822 o MW/h (o chamado preço de liquidação de diferenças – PLD), o que provocou um rombo no caixa das empresas. O cálculo da Abradee leva em conta a diferença entre o preço médio de R$ 268 contratado no leilão e a tarifa de energia.

“É muito melhor do que seria sem o leilão. Ele traz um ganho, mas temos que avaliar isso porque ainda há R$ 1,5 bilhão de diferença que será repassado ao longo do reajuste tarifário já nesse ano”, disse Leite no 11º Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase). A conta da Abradee também leva em conta os cerca de 350 MW médios de exposição não cobertos pelo leilão e que ainda deverão custar R$ 907 milhões. Esse total terá que ser liquidado ao preço do PLD médio, que poderá cair de R$ 822 a algo em torno de R$ 600 nos próximos meses.

“Reduziu (o custo adicional não equacionado) significativamente. O leilão e o empréstimo foram duas iniciativas bem sucedidas” , disse. As soluções para arcar com esses R$ 2,4 bilhões ainda serão discutidas pelo governo. Leite não descarta um novo empréstimo, uma solução de mercado que em sua avaliação revelou a credibilidade do setor elétrico junto aos bancos.

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