A Companhia Paranaense de Gás (Compagás) participa hoje, em Porto Alegre, de uma reunião com as demais distribuidoras de gás natural da região Sul (Sulgás e SCGás) e com a Petrobras para discutir as condições de um eventual aumento do combustível. A reunião foi convocada pela estatal depois do protesto das distribuidoras do Sul contra o anúncio de reajuste de 33% no preço do gás natural importado da Bolívia, para ser aplicado em três parcelas (setembro, novembro e janeiro).
O diretor-presidente da Compagás, Luiz Carlos Meinert, e o diretor técnico-comercial, José Roberto Gomes Paes Leme, participam do encontro em Porto Alegre. ?Queremos renegociar com a Petrobras tanto o índice do aumento quanto o tempo de implantação?, disse Meinert.
Segundo o executivo, além da diminuição do valor anunciado do reajuste do gás natural vendido para as distribuidoras do Sul, as empresas também querem a diluição do aumento em um período de três a quatro anos, para que os consumidores tenham tempo de preparar sua estrutura e seu orçamento aos novos custos do combustível.
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A Petrobras comunicou o reajuste às distribuidoras do Sul no último dia 19. Chamando de ?retirada de incentivo?, a empresa anunciou um aumento de 63% no valor da commodity do gás natural (o que impactaria para as distribuidoras em cerca de 33% no preço final).
O reajuste seria aplicado pela Petrobras já a partir de 1.º de setembro (13%). Em 1.º de novembro seriam aplicados mais 10% adicionais e o restante em janeiro de 2006, quando seria retirado todo o incentivo até então praticado para o gás boliviano. Na mesma correspondência, a Petrobras afirmava que aplicaria o reajuste também para o gás nacional, só que com índices próximos à metade.
Sulgás, Compagás e SCGás se manifestaram e, em uma correspondência enviada no mesmo dia à Petrobras, afirmaram que a atitude iria prejudicar os atuais consumidores de gás natural na região Sul, o crescimento do mercado, além de agravar as diferenças entre as empresas brasileiras que utilizam o gás natural boliviano e o nacional. Dos atuais 7% de diferença no preço, o índice passaria para 36%. A reunião de hoje foi marcada para que as distribuidoras e a Petrobras cheguem a um consenso sobre o assunto.