O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Leite, disse nesta sexta-feira, 9, que a solução para a dívida bilionária do setor elétrico passa pelo empréstimo e pelo reajuste extraordinário das tarifas. Segundo o executivo, o empréstimo resolveria o problema dos gastos das distribuidoras com a compra de energia nos meses de novembro e dezembro, que vai atingir R$ 2,5 bilhões. Já o reajuste extraordinário serviria para solucionar estruturalmente as necessidades financeiras do setor em 2015.

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Sem o empréstimo, a conta de luz dos consumidores brasileiros teria de subir 26% em um único mês, para, em seguida, cair novamente. Segundo ele, essa alternativa é “praticamente inviável”. Leite defende, no entanto, que o novo financiamento que já está sendo negociado com os bancos públicos seja pago conforme o modelo já usado nos empréstimos anteriores, em dois anos, por meio de um reajuste mais ameno nas tarifas de energia. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) informou que o empréstimo terá impacto de 8% nas tarifas a partir deste ano, até 2017.

Nem a queda do preço da energia no mercado de curto prazo (PLD) nem as bandeiras tarifárias, que repassam de forma imediata o custo da energia das usinas térmicas para os consumidores, serão suficiente para impedir um novo buraco nas contas das empresas em 2015, disse o executivo. O novo rombo seria causado pelo aumento da energia de Itaipu, de 46%. Também será causado pelas novas cotas do fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que vão onerar ainda mais a tarifa devido à provável redução dos aportes do Tesouro Nacional.

Um terceiro fator que vai aumentar os custos das distribuidoras será a exposição involuntária das distribuidoras ao mercado de curto prazo. A expectativa é de que o tamanho do problema seja menor neste ano do que no ano passado, uma vez que o governo marcou um leilão de ajuste, que será realizado em 15 de janeiro.

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Por isso, segundo Leite, as distribuidoras de energia deverão entrar com pedidos de reajustes extraordinários nas próximas semanas. Se aprovados, as novas tarifas terão impacto a partir de março, quando começam a ser pagos os custos do setor com a compra de energia no mercado à vista de janeiro. O executivo não estimou o tamanho desse aumento, adicional ao processo tarifário normal, que prevê um reajuste anual, conforme o calendário da Aneel.

“Esse reajuste não será linear para todo o setor porque cada distribuidora terá uma necessidade diferente de aporte de recursos”, explicou. “Além disso, quando chegar o momento do reajuste anual normal de cada empresa haverá um ajuste de contas para que nenhuma companhia receba mais do que deveria”, acrescentou.

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A Abradee deve ter uma nova reunião com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, na próxima terça-feira, 13. Leite participou nesta sexta-feira, 9, de reunião com o ministro, com outras 14 associações do setor elétrico.