O presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Natural (Abegás), Cícero Ernesto de Souza, defendeu ontem (31), a redução do preço do gás natural importado e a adoção de políticas governamentais para a retomada de investimentos e ampliação do setor. O pedido foi feito durante uma reunião de diretores e conselheiros da Abegás, organizada pela Compagas, em Curitiba. “No Brasil são consumidos atualmente 27 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, o que representa apenas 3% da matriz energética do País”, disse Souza. “A nossa meta é ampliar essa participação através da expansão da rede, melhores condições de mercado e mais divulgação do produto”, afirmou. Do total de gás consumido no Brasil, metade é nacional, distribuído para as regiões sudeste e nordeste. A outra metade, distribuída na região Sul, é importada da Bolívia, através do gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol). O preço do gás importado chega a custar 67% mais do que o gás nacional, pois está atrelado ao dólar.

“Com a diferença de preços, o mercado no Sul está se retraindo e o gás natural perde espaço para outros energéticos”, disse o presidente da Compagas, Antonio Fernando Krempel. Segundo ele, as reuniões com os representantes das distribuidoras, como a que ocorre em Curitiba, são fundamentais para o estabelecimento de políticas, discussão de planos estratégicos e desenvolvimento tecnológico do setor.

O presidente da Abegás, Cícero Souza, contou que esteve recentemente na Bolívia, para uma reunião com o ministro de Hidrocarburetos, Fernando Ilhaines. “O ministro mostrou-se sensível à questão brasileira, já que toda a exportação de gás natural da Bolívia é para o Brasil”, disse Souza. “É uma preocupação para eles também, já que perdem ingresso do produto no Brasil”, explicou

Nesta sexta-feira o presidente da Compagas e os representantes da Abegás vão visitar o Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento (Lactec), a Aspro, que inaugurou sua fábrica nesta quinta-feira, a indústria Orbis, fabricante de aquecedores a gás, de Campina Grande do Sul, e a termelétrica de Araucária.

Compagas

A Compagas possui uma rede de distribuição operando em sete cidades: Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, Campo Largo, Balsa Nova, Araucária e São José dos Pinhais. A empresa é a única distribuidora de gás natural da Região Sul que atende todos os mercados (industrial, comercial, residencial, gás natural veicular e geração de energia).

A empresa é a sexta maior distribuidora do país em volume de gás vendido, com uma média de venda de 1,3 milhão de metros cúbicos ao dia. A meta da empresa é de investir nos próximos dois anos cerca de R$ 25 milhões para expandir a rede de distribuição de gás natural na Região Metropolitana de Curitiba e em Ponta Grossa. A rede de tubulação deve passar dos atuais 300 quilômetros de rede para 445 quilômetros.

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