O Governo Federal através de uma política equivocada com relação a questão agrícola vêm desde o início do Plano Real prejudicando os empresários do setor de panificação, transformando-os em vilões perante aos consumidores, face aos constantes aumentos do preço do pão.
De acordo com o Sindicato da Indústria de Panificação e Confeitaria no Estado do Paraná, o pão que custava no início do Plano Real algo entre R$ 0,08 e R$ 0,13 e, chegou neste ano entre R$ 0,20 à R$ 0,25, face a importação de trigo, com o dólar batendo recorde consecutivos.
Segundo Joaquim Cancela Gonçalves, presidente do Sindicato, o Brasil consome anualmente 10 milhões de toneladas de trigo e, produz algo em torno de 3 milhões de toneladas, gerando um déficit de 7 milhões de toneladas, que são importadas principalmente, da Argentina, que representa 70% destas importações. De acordo com Cancela os acordos comerciais entre o Brasil e a Argentina prejudicam o setor de panificação, porque o trigo se transformou em moeda de troca, fazendo com que o governo brasileiro não incentive o plantio.
Cancela disse: ” num país de extensão territorial como o Brasil, é inadmissível que tenha que importar trigo, o governo deveria tomar uma atitude drástica e urgente, reduzindo os impostos de importação, para não termos que repassar os aumentos do trigo para os consumidores; num segundo momento pensar seriamente em incentivar o plantio de trigo no Brasil. O brasileiro consume anualmente 27kg per capita e, o recomendado pela OMS ( Organização Mundial de Saúde ) é de 60kg per capita/ano, ficamos atrás dos chilenos que consomem 97kg, argentinos 93, alemães 84 e dos italianos com 73kg. Caso o governo estimule o setor, além de frustar as previsões pessimistas de fechar 2000 padarias no Brasil, imagine quantos novos empregos serão criados e impostos recolhidos, desta forma, com certeza a inflação não será alimentada” .
De acordo com Roland Guth presidente da ABITRIGO, este seria o momento certo para o Governo Federal incentivar o plantio de trigo pois, há um consumo mundial em torno de 598 milhões de toneladas e, a produção mundial é de 566 milhões de toneladas, havendo um déficit mundial, desta forma, o trigo num futuro muito próximo será um produto escasso.