O ministro da Cidadania, Osmar Terra, criticou nesta quinta-feira, 22, um discurso que ele atribuiu à esquerda, de que a pobreza foi reduzida no Brasil, em especial nos governos do PT, e de que “a fome voltou” no governo do presidente Jair Bolsonaro. “O discurso de redução da pobreza, que é insistente no discurso da esquerda, não tem comprovação fática, nem o discurso de que a fome voltou no governo Bolsonaro. As pessoas podem estar desempregada, em situação difícil, mas têm o que comer”, afirmou o ministro, em evento do Grupo Voto, em São Paulo.
A declaração de Terra ocorre um mês depois de o presidente da República, Jair Bolsonaro, ter dito que “falar se que passa fome no Brasil é uma grande mentira”.
Após a fala ter causado polêmica, Bolsonaro recuou no mesmo dia ao reconhecer que “alguns passam fome” e que isso era inadmissível em um país de riquezas naturais como o Brasil.
Bolsa Família
Em relação à redução da pobreza no Brasil, o ministro contestou essa avaliação, argumentando que o número de famílias beneficiadas pelo Bolsa Família cresceu de 5 milhões para 16 milhões entre 2005 e 2015. “Se fosse um programa que ajudasse a melhorar a vida das pessoas, o número de beneficiados tinha que ter diminuído”, disse.
Na visão de Terra, o Bolsa Família não resolve o problema da pobreza, apenas impede que pessoas fiquem em situação de extrema pobreza. “Eu não acredito em programas de transferência de renda para trazer desenvolvimento social”, disse.
O ministro afirmou que o foco do governo Bolsonaro, em vez de dar emprego a todos que estão no Bolsa Família, será atender aos jovens que se enquadram nos chamados “nem nem”, os que nem trabalham nem estudam. Segundo Terra, são estes jovens os mais vulneráveis ao crime organizado.
Terra prometida
O ministro contou ainda no evento que costuma brincar que o governo está numa “travessia no deserto”, na qual Bolsonaro é “meio Moisés” e conduz o País à terra prometida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. “Todos estamos acreditando piamente nisso, com essa proposta avançada (de agenda econômica) e tenho certeza que será a grande saída definitiva para que recessões como a última não ocorram no futuro”, disse.