O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, defendeu a redução do prazo de licenciamento de projetos de transmissão de energia. O prazo total de instalação de uma linha é de 60 meses, a maior parte consumida na fase de licenciamento, segundo ele. Com isso, há um descolamento entre os prazos de instalação de usinas geradoras de energia e da rede de transmissão utilizada para escoar a eletricidade produzida.

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“Não é razoável ter obras de 60 meses, sendo que a maior parte é gasta com o licenciamento. Todo esforço tem que ser feito para reduzir os prazos”, afirmou Barata, em palestra no 13º Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase), no Rio.

Barata ressaltou também o aumento da complexidade da operação do sistema, por causa da recente mudança da matriz energética. As usinas hidrelétricas vêm perdendo espaço para as fontes alternativas – solar e eólica -, o que, segundo o diretor-geral do ONS, vai exigir a utilização de novas tecnologias pelo operador.

De acordo com o ONS, de 2018 a 2019, serão inseridos no sistema 17 mil megawatts (MW) em geração eólica, o equivalente ao que foi incluído recentemente com a conclusão das hidrelétricas de Belo Monte, Santo Antônio, Jirau e Teles Pires.

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Tarifa

Barata disse ainda que o ONS pretende, a partir do próximo mês, passar a privilegiar o preço da energia na hora de decidir a usina que será inserida no sistema. Hoje, o preço do megawatt-hora (MWh) não é o principal critério de despacho. Por uma questão de segurança do abastecimento, por vezes, o operador prioriza a utilização de usinas mais caras, como as térmicas.

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Com a redução do consumo e melhora do nível dos reservatórios, porém, já é possível acionar mais hidrelétricas, que produzem energia mais barata e beneficiam o consumidor.