O diretor da Área Financeira e Internacional do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Carlos Thadeu de Freitas, confirmou nesta quinta-feira, 21, que a instituição de fomento devolverá R$ 50 bilhões de sua dívida com o Tesouro Nacional neste ano, sendo R$ 33 bilhões neste mês e R$ 17 bilhões em novembro.

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“Estamos resgatando antecipadamente. Devolver é muito forte”, afirmou Freitas, ao deixar a cerimônia de abertura da Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no Rio

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Apesar da polêmica provocada pela resistência do BNDES em devolver os recursos pedidos – são R$ 50 bilhões neste ano e mais R$ 130 bilhões em 2018 -, o diretor defendeu a decisão do governo.

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“A demanda do governo é corretíssima. A dívida bruta tem aumentando substancialmente. É preciso evitar que ela suba muito, por causa da ‘regra de ouro'”, afirmou Freitas, referindo-se à regra constitucional que proíbe o governo de emitir dívida em valor superior às despesas de capital, como investimentos e amortizações.

Na rápida entrevista a jornalistas ao deixar o evento, Freitas disse que os valores a serem devolvidos em 2018 ainda estão em discussão, pois o ano que vem “temos possibilidade de crescimento econômico maior do que o esperado e os desembolsos do banco podem aumentar”.

“R$ 130 bilhões é o valor que o Tesouro precisa. Vamos procurar atendê-lo dentro do possível, da capacidade de o banco emprestar. Não há Fla x Flu aí. O Tesouro Nacional é dono do banco. Se o Tesouro é dono do banco, é importante que o banco consiga funding mais barato”, afirmou Freitas.

O diretor confirmou também que o BNDES vai estudar fontes alternativas de captação, externas principalmente. Segundo Freitas, várias opções estão sendo estudadas, mas não há nada definido. Uma das opções seria usar as reservas internacionais, mas o Banco Central (BC) não foi consultado ainda, disse Freitas.

Freitas, que já foi diretor do BC, alertou para a necessidade de fazer o ajuste fiscal, para garantir a transição do mercado de crédito do curto prazo para o longo prazo. “No Brasil, sempre há tentativas de alongar tudo antes do tempo, desde 1980, 1990. Quando a gente acha que está dando certo, alonga, aí depois não dá certo, e encurta. O único que é longo permanentemente é o BNDES”, afirmou Freitas.