O Sistema Petrobrás confia que a crise de falta de liquidez e de crédito será transitória e não afetará os planos de investimentos para a área de biocombustíveis. Foi o que afirmou nesta terça-feira (25) à Agência Brasil o diretor da Petrobrás Biocombustíveis, Fernando Cunha. Ele participou do 10º Congresso de Agribusiness da Sociedade Nacional da Agricultura (SNA), no Rio. “A Petrobrás está vendo a crise com preocupação, mas admitindo que o Brasil está robusto e resistindo de forma admirável. Etamos constatando isso na prática”, disse.
O plano de negócios da Petrobrás para o período 2008/2012 está sendo revisto em função das condições de mercado e da falta de liquidez e de crédito provocadas pela crise externa. A revisão deverá estar concluída em dezembro. Cunha não acredita que haverá diminuição de recursos para o setor de biocombustíveis. Ele acha que o patamar de investimentos, previsto em US$ 1,5 bilhão até 2012, pode subir, diante da avaliação de que a crise é transitória. “Não acredito em diminuição. Creio que a gente vai conseguir dinheiro a mais para aumentar os investimentos”.
Cunha reconheceu, contudo, que a crise poderá desacelerar um pouco o ritmo de abertura para o biodiesel e o etanol no mercado mundial. “Mas continuamos a ver o mercado externo como demandante de etanol”. Entre os mercados potenciais para o produto brasileiro, ele citou os Estados Unidos, Japão, Coréia e Suécia.
As metas de produção para 2009 incluem a entrada em operação da terceira planta de biodiesel da Petrobrás Biocombustíveis. As três unidades deverão produzir no próximo ano 150 mil toneladas. Cunha revelou também que a estatal pretende iniciar em 2009 a operação do primeiro complexo de etanol da empresa em parceria com a Mitsui, do Japão, e com um produtor de Goiás. Ao longo do ano, a meta é que outros complexos entrem em produção. Estudos de viabilidade estão sendo efetuados com essa finalidade, informou.