O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que a compra da Suzano Petroquímica pela estatal é um primeiro passo para a consolidação dos ativos petroquímicos no pólo do Sudeste, que deverá compreender também o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). "Esse é um primeiro passo. Já estamos discutindo com sócios privados a participação nesse pólo", afirmou o diretor.
Segundo o executivo, a Petrobras previa que essa primeira etapa da integração dos ativos no Sudeste fosse ocorrer apenas em dezembro. "Conseguimos antecipar para agosto, mas é difícil falar em um prazo para que o desenho do pólo esteja completamente definido", acrescentou.
O executivo reiterou que a Petrobras, ao ampliar sua presença na indústria petroquímica, está alavancando o crescimento do setor por acreditar que para serem competitivas as empresas dessa área devem ser "grandes e fortes".
Sócios
Segundo o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, a empresa está empenhada em atrair sócios privados para o pólo do Sudeste e a maior presença da estatal na indústria petroquímica não pode ser classificada como reestatização do setor. "Estamos viabilizando a associação da Petrobras com empresas privadas e expandindo a capacidade de investimento privado", disse o executivo. "A Petrobras não necessariamente quer ser a empresa dominante no setor", afirmou Gabrielli.
O presidente da Petrobras disse também que o anúncio desta sexta-feira (3) sinaliza a intensificação de investimentos rumo a um setor com mais capacidade e competitividade. "Acreditamos que a petroquímica exige grandes atores e essa aquisição permite a aceleração da consolidação no Sudeste.
Preço
O diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, afirmou que o valor oferecido pela estatal para as ações da Suzano Petroquímica não foi elevado demais. "Não entendo que as ações da Petrobras caíram na bolsa nesta sexta-feira por que o preço foi alto", disse o executivo ao ser questionado sobre uma possível reação negativa do mercado em relação ao valor proposto para o negócio. De acordo com Costa, a oscilação dos papéis está muito mais relacionada à variação do preço do petróleo do que a outros eventos específicos.
A Petrobras confirmou a compra de 76,1% do capital total da Suzano Petroquímica, por R$ 2,1 bilhões. Os papéis estavam em poder da Suzano Holding, controladora da empresa. A ação Petrobras PN caiu nesta sexta-feira 4,45%. O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuou 3,37%.
Segundo Flávio Valadão, representante do ABN Amro Real, banco que estruturou a operação, o valor oferecido pelas ações da Suzano "decorreu de meses de estudo e debate". "Não se calcula o preço de um ativo dessa qualidade a partir de múltiplos de mercado ou desempenho em bolsa nos últimos 90 dias. Fizemos um trabalho de avaliação projetando a empresa nos próximos dez anos e na perpetuidade", afirmou.