Eleito há dez dias para a direção-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador brasileiro Roberto Azevêdo diz confiar que venceu o processo com bem mais votos do que os 13 de diferença apontados à reportagem por pessoas próximas à apuração. “Não bate com a nossa projeção nem com o que ouvimos antes e durante o processo”, afirmou.
Azevêdo lembrou que, ao anunciar sua vitória, a troica que comandou o processo – formada por Paquistão, Canadá e Suécia – declarou que sua escolha foi “clara e inequívoca”, o que apontaria para um placar mais dilatado, na sua avaliação. O número de votos é sigiloso e não é divulgado pela organização.
Dias antes da eleição terminar, o Itamaraty já considerava certos entre 100 e 106 votos. Na manhã do dia em que o processo se encerrava, antes de todas os membros da OMC votarem, a conta já estava em 96 – eram necessários 80 votos para garantir a eleição. Azevêdo preferiu desconsiderar a polêmica. “Neste momento, isso é absolutamente irrelevante. No dia seguinte, 159 países-membros declararam estar de acordo com minha eleição. Se foi por 1 ou por 50 votos de diferença, isso não importa”, afirmou.