O diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, fez um apelo para que a área comercial da Petrobras “pondere o interesse público” ao avaliar o fornecimento de gás para a térmica Cuiabá, da Âmbar Energia, controlada pela J&F Investimentos. “Estamos precisando desse recurso… É uma térmica eficiente, é bem vinda para o sistema”, disse Rufino a jornalistas, após participar de evento em São Paulo.

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Ele salientou que a térmica, de 480 MW, é eficiente e seria competitiva para despachos na ordem de mérito (pela ordem de custo de geração). “Respeitamos que tem um problema comercial entre Petrobras e a detentora da térmica, mas o setor elétrico está abrindo mão de um recurso que é mais eficiente que outras que estamos despachando”, disse.

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A térmica teve seu contrato de suprimento encerrado pela Petrobras em junho deste ano, “devido à violação de cláusula contratual que trata da legislação anticorrupção”, segundo comunicado da estatal na época. A térmica foi citada em delação premiada de Joesley Batista e teria sido o motivo para o empresário pedir ajuda do presidente Michel Temer em uma disputa justamente sobre fornecimento de gás que estava no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

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Chuvas abaixo da média histórica no País têm obrigado o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a solicitar a geração de um significativo volume de energia proveniente de térmicas, para dar segurança ao sistema interligado nacional (SIN) e poupar água nos reservatórios das hidrelétricas, o que tem elevado o custo da energia no País.

A preocupação com o abastecimento futuro, diante de sinais de atraso do início do período chuvoso e de recuperação do consumo, já levou as autoridades do setor a tomar medidas alternativas como o aumento da importação de energia e uma campanha de estímulo ao consumo consciente de energia. Além disso, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) já enviou correspondências para a Petrobras solicitando “gestão da empresa no sentido de viabilizar o fornecimento de combustível às usinas termelétricas” que podem apresentar preços competitivos e contribuir para a segurança do atendimento ao sistema, como a Térmica de Cuiabá, entre outras.