Foto: Chuniti Kawamura/O Estado

Notas são parecidas, mas nada semelhantes.

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O Paraná é o quarto estado brasileiro por onde circulam mais notas falsas. No ano passado, foram apreendidas 22 mil delas, o que representa 6,26% do total. A situação preocupa porque cada vez mais os falsificadores estão aprimorando os métodos de impressão e consumidores e lojistas precisam prestar muita atenção para não serem enganados. Em 2005, elas causaram um prejuízo de R$ 11 milhões em todo o País. Ontem, especialistas do Banco Central (BC) estiveram no Shopping Müeller para orientar a população.

Reconhecer uma nota falsificada não é tarefa fácil. Com a estabilidade econômica, os falsificadores foram se aperfeiçoando nos processos de impressão e só prestando muita atenção para reconhecer que o material não é original. Segundo informações do BC, de cada um milhão de notas que circulam pelo País, 90,8 são falsas. Mas a situação não chega a ser alarmante porque o número não é considerado alto e vem se mantendo estável nos últimos anos. Em 1995, logo depois que o real começou a circular, houve um derrame de notas falsas. Mas o BC conseguiu reduzir o problema melhorando o processo de impressão e adotando uma série de mudanças para dificultar a produção de cédulas falsas.

As notas mais visadas pelos falsários são as de R$ 50,00, que representam 60%, seguidas das de R$ 10,00, que respondem por 18,7%. São Paulo possui a maior economia do País e por isso registra a maior quantidade de notas falsas. Lá estão 33,44% das cédulas, seguido do Rio de Janeiro, Minas Gerias e depois o Paraná, que oscila entre o quarto e quinto lugar.

O prejuízo de R$ 11 milhões no ano passado ficou tanto com os consumidores quanto com os lojistas. Para ajudar a população a se proteger, o BC realiza cursos e exposições itinerantes em todo o país. A professora Dietlind Ebert de Sá, que passeava pelo shopping aproveitou a oportunidade para tirar as dúvidas. ?Estou levando vários folhetos. Não é fácil reconhecer uma nota falsa e o prejuízo fica com a gente?, disse. Segundo ela, vai passar a usar o cartão bancário com mais freqüência para evitar o contato com o dinheiro e aproveitar para discutir o assunto em sala de aula.

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Os lojistas também tentam se proteger e usam uma máquina ou uma caneta especial para conferir a validade da nota. É o caso da Livrarias Curitiba. A supervisora de caixa, Marli Requi, fala que já houve alguns casos na loja e por isto foi adotado um sistema de conferência. ?A caneta tem nos ajudado muito?, fala Marli. No entanto, o BC alerta que as canetas não são 100% eficazes. Elas reconhecem o papel verdadeiro, mas muitos falsificadores lavam notas de R$ 1,00 e imprimem de R$ 50,00 no lugar. Nesses casos, a caneta vai apontar o material como verdadeiro. A máquina também não é totalmente eficiente, o ideal é usar uma lupa para uma análise mais detalhada.

O BC dá também dicas para a população. O papel verdadeiro é mais grosso. As notas têm marca d?água na área branca do lado esquerdo e a observação deste item diminuiu em 60% as chances de receber uma nota falsa. Além disto, na tarja no lado esquerdo inferior se observa a inscrição das letras BC quando a nota é colocada contra a luz. Pode-se observar ainda que no lado esquerdo da efígie os riscos são em alto relevo, lembrando uma esfregadeira. Acima, o mesmo processo se repete com as notas que têm o nome Banco Central do Brasil e nas demais onde se lê República Federativa do Brasil. O registro, o desenho dos escudos e armas do tesouro nacional também coincidem nos dois lados da nota quando estão contra a luz.

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