Dinheiro estrangeiro bate recorde

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Altamir: mais viagens.

Brasília – O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou ontem que o total de investimentos estrangeiros diretos (IED) de US$ 2,778 bilhões em março foi o melhor para o mês, dentro da série histórica do BC. Segundo ele, o resultado do mês passado ficou muito acima do esperado por causa de duas grandes operações que ocorreram no final do mês no setor químico e no setor de intermediação financeira.

Segundo Altamir, o fluxo de IED no primeiro trimestre do ano também é o melhor da série histórica, quando se excluem os recursos originados de privatizações, como ocorreu no ano 2000. Altamir afirmou que o crescimento do investimento estrangeiro no Brasil reflete o aumento da confiança na economia, conseqüência da estabilidade econômica, refletida na inflação sob controle, na redução do risco País e nas perspectivas de crescimento econômico. ?Esse cenário atrai o investidor estrangeiro?, disse Altamir, acrescentando que novos nichos econômicos, como o setor de álcool combustível, estimulam o ingresso de novos investidores externos no Brasil.

O chefe do Depec informou também que o fluxo de investimento estrangeiro direto em abril até hoje está em US$ 1,7 bilhão. Ele estima que o IED fechará o mês em US$ 2 bilhões.

Dívida externa

A dívida externa total do Brasil subiu, em março, para US$ 175,891 bilhões, segundo dados estimados e divulgados ontem pelo Banco Central. Em fevereiro, a estimativa era que a dívida externa estivesse em US$ 170,016 bilhões. Em dezembro do ano passado, segundo o dado efetivamente apurado pelo BC, a dívida externa estava em US$ 172,459 bilhões.

Em março, a dívida de médio e longo prazo somava US$ 147,805 bilhões, enquanto a de curto prazo totalizava US$ 28,086 bilhões. Em dezembro, a dívida de médio e longo prazo somava US$ 152,266 bilhões, enquanto a de curto prazo era de US$ 20,192 bilhões.

Viagens

Segundo Altamir Lopes, os gastos dos brasileiros com viagens ao exterior aumentaram 28% no primeiro trimestre do ano e saltaram de US$ 1,246 bilhão de igual período do ano passado para US$ 1,594 bilhão. O crescimento das despesas, de acordo com ele, vem sendo puxado pelo dólar barato e pelo crescimento da renda média da população. Só em março, a quantia de dólares deixada por turistas fora do País subiu dos US$ 498 milhões de fevereiro para US$ 521 milhões.

Manter reserva elevada reduz o risco-Brasil

Brasília (AE) – O secretário do Tesouro Nacional, Tarcísio Godoy, afirmou ontem, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que os benefícios de se ter reservas internacionais elevadas ainda são maiores que o custo de carregamento para a manutenção dessas reservas. Segundo ele, as reservas elevadas ajudam a reduzir o risco-Brasil (grau de desconfiança dos investidores na capacidade de o País honrar sua dívida).

Ao ser questionado sobre o custo de pagamento de juros sobre a dívida pública, Godoy disse que os fundamentos econômicos são mais importantes para fazer uma política fiscal eficiente do que a taxa de juros de curto prazo. ?O Banco Central fixa uma taxa de juros de curto prazo, que é a Selic. É uma referência. Mas, se tiver muito fora do que os investidores acham dos fundamentos econômicos, eu consigo colocar títulos a taxas menores?, afirmou Godoy.

Ele lembrou que a taxa Selic está a 12,5% ao ano e que o Tesouro tem conseguido colocar títulos de 20 anos de prazo, com uma taxa em torno de 9% ao ano. Godoy disse ainda que um dos elementos que não permite que  o Brasil tenha grau de investimento é a dívida bruta do setor público. Segundo ele, essa é a dívida mais usada como referência pelas agências de classificação de risco, que acreditam que o Brasil precisa ainda aprimorar seus fundamentos econômicos. Para Godoy, a dívida bruta ainda é elevada em relação ao Produto Interno Bruto (PIB).

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