Rio – A Caixa Econômica Federal vai criar dois serviços para remessa de dinheiro dos residentes no exterior ao Brasil. O anúncio foi feito ontem, no Rio, pelo presidente da CEF, Jorge Mattoso. Ele explicou que um dos serviços será realizado através do site da Caixa com o uso de cartão de crédito Visa emitido no exterior. Segundo Matoso, é como se o brasileiro estivesse fazendo uma compra com o cartão de crédito no valor da remessa desejada.
Para isso, o brasileiro abrirá uma conta corrente eletrônica simplificada, por meio da qual poderá solicitar a remessa de valores para crédito direto em conta da Caixa, em seu nome ou no nome do destinatário. O dinheiro estará disponível para saque em 48 horas. Uma outra possibilidade é deixar o dinheiro investido em uma poupança em seu próprio nome e que poderá ser sacado quando de seu retorno ao Brasil. Matoso disse ainda que, no futuro, a Caixa pensa em criar incluive um consórcio imobiliário através desse sistema.
A expectativa da CEF é de que os serviços já estejam disponíveis nos EUA a partir de 24 de junho. Para os brasileiros que residem em Portugal e no Japão, a estimativa é que possam dispor do sistema em setembro e outubro, respectivamente. A CEF já pediu autorização do Banco Central para a operação e a expectativa é de que a autoridade monetária divulgue uma norma em 15 dias. Ainda não se sabe quais serão as taxas de custos dessas transações, mas, segundo Mattoso, estas devem ficar em torno de 2,6% a 3% da operação.
O presidente da Caixa acredita ainda que essas operações sejam o primeiro passo para que no futuro a CEF possa entrar no mercado internacional. “Esses serviços vão ao encontro da filosofia da CEF porque têm o lado social, do compromisso com o brasilerio que vive no exterior; e o compromisso de buscar também setores lucarativos, porque as operações envolvem montantes elevados e que precisam ter facilidade para entrar de maneira formal no Brasil”, afirmou.
Mattoso participou do seminário “As remessas como instrumento de desenvolvimento no Brasil?, promovido pela Fundação Getúlio Vargas e pelo Banco Interamericano de Densenvolvimento, no Rio.