Diminuiu o consumo de gás natural

O consumo nacional de gás natural atingiu 41,2 milhões de metros cúbicos diários em novembro, segundo dados consolidados pela Abegás – Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado. Este número representa uma retração de 7,39% em relação ao mês de outubro, que havia registrado recorde na comercialização do insumo.

O décimo primeiro mês do ano foi marcado pela redução parcial das importações do gás boliviano ao Brasil por causa de reparos em um gasoduto que atende os principais campos produtores do país. A Bolívia é hoje responsável por quase metade do abastecimento do mercado nacional. Os estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul que, juntos consumiram 6,8 milhões m3/dia, em novembro, são totalmente dependentes do combustível importado. Já no estado de São Paulo, dos 15 milhões m³/dia consumidos, 11,5 milhões foram importados do país vizinho.

Com 6,5 milhões m3/ dia consumidos, o setor elétrico apresentou a maior queda do período, 27,15%. Em novembro, a Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou alteração nos critérios para consideração das usinas térmicas na elaboração do Programa Mensal de Operação Eletroenergética e nas revisões feitas pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. A nova resolução prevê que o ONS utilize como limite das usinas térmicas o valor da disponibilidade observada, que leva em consideração a geração programada para a ordem e a geração não atendida. A decisão se deve à indisponibilidade por falta de gás natural para despacho por termoelétricas a gás natural. Para poupar gás, as térmicas poderão pedir despacho fora da ordem do mérito para equacionar possíveis faltas de gás no futuro. Porém, ficará a critério do ONS aceitar ou não o pedido, de acordo com o processo.

O gás natural veicular, combustível que vinha apresentando uma expansão crescente, apresentou retração de 1,27%. Em contrapartida, se comparado com o mesmo período do ano anterior, o consumo do GNV apresenta um aumento considerável de 18,03%. Os segmentos industrial e residencial também caíram, respectivamente, – 2,81% e – 4,71%. O único setor que apresentou crescimento foi o comercial com 8,90% a mais do que o consumido em outubro.

Ainda em novembro, o campo de Caranda, operado pela Petrobras Energía no departamento de Santa Cruz, Bolívia, foi tomado por um grupo de camponeses que reivindicava asfaltamento de estrada, projetos de irrigação, gás domiciliar e execução de outros projetos. Segundo a Petrobras, apesar da paralisação de 26 horas, não houve problemas no abastecimento de combustíveis para o mercado boliviano, nem nas exportações de gás natural para o Brasil.

As petrolíferas estatais Petrobras e YPFB, da Bolívia, realizaram uma nova rodada de negociações sobre o pedido boliviano de aumento no preço do gás natural que a empresa brasileira importa, mas não chegaram a nenhum acordo.

Declarações da Petrobras sobre o preço do gás natural estar defasado no Brasil, acenando a possibilidade de revisão de valores, geraram incertezas, além daquelas já existentes quanto à oferta, causando temor ao mercado.

Já no mundo, a China começou a explorar sua maior jazida de gás natural, a Argélia iniciou as obras do gasoduto Medgaz que vai até a Espanha e o Kuwait, que descobriu este ano enormes reservas de gás natural, anunciou que começará a produzir o insumo no final de 2007. Na América do Sul, Suez e GasAtacama acordaram a construção de uma unidade de GNL, no Chile, pelo valor de US$ 350 mi.

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