A presidente Dilma Rousseff pediu a líderes do PT na Câmara e no Senado, em jantar nesta segunda-feira, que a ajudem a aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso. Para conseguir o apoio e agradar à classe média, neste momento de crise política, Dilma também admitiu que vai acenar com um novo índice de correção da tabela do Imposto de Renda.

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“Ela disse que vai ser uma proposta boa”, afirmou o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), após o jantar no Alvorada. Dilma vetou, em 20 de janeiro, o reajuste de 6,5% na tabela do Imposto de Renda. O governo propõe 4,5%, sob a alegação de que um índice maior levaria à renúncia fiscal de R$ 7 bilhões, o que provocaria forte impacto orçamentário.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse na noite desta segunda-feira (9) que a reunião da presidente Dilma Rousseff se concentrou na defesa do ajuste fiscal e na discussão de uma proposta alternativa à correção da tabela do Imposto de Renda (IR).

“Estamos discutindo. Não tem nada definido (sobre a correção da tabela do Imposto de Renda). Estamos ouvindo as sugestões e buscando o entendimento com o Congresso”, disse Guimarães a jornalistas, ao sair do Palácio da Alvorada. “Foi uma reunião com os líderes do PT pra discutir a necessidade de o PT apoiar as medidas do ajuste.”

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A presidente vetou no dia 20 de janeiro a correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, aprovada no fim do ano passado pelo Congresso Nacional, que se mobiliza agora para derrubar o veto.

À época, o governo alegou que o reajuste de 6,5% da tabela “levaria à renúncia fiscal na ordem de R$ 7 bilhões, sem vir acompanhada da devida estimativa do impacto orçamentário-financeiro, violando o disposto no art. 14 da Lei de Responsabilidade Fiscal”. O Planalto defende uma correção de 4,5%.

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Guimarães não respondeu qual seria a nova correção proposta pelo governo.

No dia 20 de fevereiro, após cerimônia de entrega de cartas credenciais de embaixadores estrangeiros, Dilma disse que o seu compromisso era com a correção de 4,5%. “O meu compromisso é 4,5%. Se por algum motivo não quiserem os 4,5% nós vamos ter que abrir um processo de discussão novamente. O governo tem condições perfeitamente, de agora, olhar os 4,5%, é isso que nós faremos”, afirmou na ocasião.

Para o líder do governo, o País precisa do ajuste fiscal para “restabelecer a governabilidade”. “E nessa hora, o PT é fundamental apoiar o governo, em todas as dimensões”, ressaltou Guimarães.

Guimarães classificou a reunião no Alvorada de “alto nível”, uma oportunidade para retomar o diálogo e “botar as coisas para funcionar”. “O País não pode ficar sem construir a sua agenda que tem relação com o Congresso”, disse o petista.

Ainda nessa segunda-feira, em reunião com líderes de partidos aliados no Senado, no Palácio do Planalto, Dilma ouviu que sua base de sustentação no Congresso somente apoiaria as medidas impopulares do ajuste fiscal se o PT também avalizasse as iniciativas.