Dilma tenta eleger Graziano para diretoria da FAO

Às vésperas da escolha do novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), parte do governo brasileiro desembarca em Roma, sede da organização, sem a certeza de que a primeira grande aposta diplomática do governo Dilma Rousseff, a indicação de José Graziano para o cargo, terá um resultado positivo para o Brasil. Apesar de se dizer otimista, o Itamaraty se recusa a fazer prognóstico.

Com a chancela do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e uma campanha intensa, que incluiu a participação não apenas do chanceler Antonio Patriota, mas da própria presidente Dilma Rousseff, Graziano parece ter boas chances de finalmente obter para o Brasil posto relevante em um organismo internacional. No entanto, com voto secreto e outros cinco candidatos, o governo considera que todas as apostas são precipitadas.

Seminário e votos

Para tentar pender a balança para Graziano, o Itamaraty realizou ontem, dois dias antes da eleição, um seminário em Roma sobre “Cooperação Técnica Brasileira: Agricultura, Segurança Alimentar e Políticas Sociais” para os delegados na FAO. Cinco ministros explicaram a representantes de países em desenvolvimento – especialmente na África – não apenas os programas sociais brasileiros, mas também o que o País oferece em técnica, financiamento e parcerias a outros governos.

Desde o início o Itamaraty deixou de lado a diplomacia e usou como estratégia de campanha a disputa Norte-Sul, ou seja, países desenvolvidos versus países em desenvolvimento, batendo na tecla de que não faz sentido que um europeu, representante da região que mais investe em subsídios para o setor agrícola, dirija um órgão que tem como meta promover a agricultura dos países mais pobres.

O alvo é o principal adversário de Graziano, o espanhol Miguel Ángel Moratinos, que centrou sua campanha na ideia do quanto a Espanha contribui para as Nações Unidas e quanto um país rico poderia fazer pela FAO. No entanto, a crise econômica que abate o país e a perda de apoio popular ao governo de José Luis Zapatero, de quem Moratinos foi chanceler, animam o Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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