Em sua primeira viagem internacional como presidente, Dilma Rousseff terá encontro hoje com a argentina Cristina Kirchner para demonstrar apoio à parceria “estratégica” entre os dois países e mandar recado aos vizinhos Bolívia, Equador e Paraguai. Antes mesmo de embarcar, ela sinalizou, em entrevista publicada ontem pelos principais jornais de Buenos Aires, que não aceitará quebras de contratos empresariais e comerciais.
Dilma afirmou a jornalistas argentinos que é preciso respeitar contratos para garantir um marco regulatório estável. Ela disse que entende os problemas e as condições históricas enfrentadas pelos países do continente e avaliou que o respeito aos contratos firmados é o método mais eficaz para uma região com “grande horizonte” de desenvolvimento.
Diplomatas brasileiros avaliam que a presidente decidiu se antecipar a novas investidas de mudanças de contrato por parte dos vizinhos. Sem a influência e a popularidade do antecessor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma não pretende ficar refém de parceiros tradicionais. Durante o governo Lula, o Planalto sofreu uma série de constrangimentos por queixas públicas e rompimentos de contrato de grandes empresas brasileiras por parte de governos aliados do continente.
O boliviano Evo Morales chegou a ocupar uma refinaria da Petrobras. Rafael Correa, do Equador, suspendeu contratos com empreiteiras brasileiras. Já Fernando Lugo, do Paraguai, quer mudar o acordo do uso da energia de Itaipu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.