A presidente Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira, 07, durante cerimônia de conclusão da plataforma P-58 no Estaleiro Honório Bicalho, na Lagoa dos Patos, em Rio Grande (RS), que muitas pessoas diziam que o Brasil não tinha competência nem para fazer casco de navio. “Mas teimamos”, afirmou ela.
A presidente afirmou que, se hoje o País tem uma das mais baixas taxas de desemprego, “quase pleno emprego”, isso se deve a retomada de várias indústrias, como a naval.
Segundo a presidente, não há a menor possibilidade de algum estaleiro no Brasil ficar sem contrato. “É impossível que haja algum risco de não haver contrato para produção de equipamentos de navio”, afirmou. Para ela, a maior dificuldade hoje é produzir no prazo e com qualidade. “Mas temos que dar conta”. Dilma destacou a produção do Campo de Libra e afirmou que somente o pré-sal precisará de 12 a 16 plataformas. “Isso significa que nós teremos demandas extras”, ressaltou.
Dilma afirmou que concorda com o pleito do sindicato dos trabalhadores, que pede mais planejamento para garantir os empregos, mas cobrou dos trabalhadores da plateia comprometimento com a data de entrega. “Nós vamos ter planejamento para não ter o problema de descontinuidade, mas vocês têm que fazer o esforço para que a gente entregue na data”, afirmou, destacando que se a Petrobras consegue entregar as plataformas e navios na data ela terá que contratar mais. “Proponho um acordo: planejamos a contratação e vocês entregam no prazo as obras”, reforçou.
Segundo Dilma, não há a menor possibilidade de não ter emprego na indústria naval do Oiapoque ao Chuí. “Esse é meu compromisso, eu vou zelar por isso. Eu vou cuidar, brigar, me empenhar para a indústria naval”, afirmou. Dilma disse que é por meio dos recursos do petróleo que o Brasil vai transformar a educação no caminho fundamental do desenvolvimento.
Emprego em outras plataformas
A presidente da Petrobras, Graça Foster, assegurou aos trabalhadores que a conclusão de três plataformas na cidade gaúcha não vai gerar desemprego. Citou diversos projetos previstos pela estatal e por empresas da área de óleo e gás que vão absorver a mão de obra dispensada depois da conclusão da P-63, em junho, P-55, em setembro, e P-58, entregue nesta sexta-feira.
“Não há condição de que vocês não estejam completamente ocupados porque essas empresas devem a nós a obrigação de contratar todos vocês”, destacou, durante discurso, diante de cerca de 400 trabalhadores.
Não há um cálculo exato do volume de desempregados que a conclusão das obras vai gerar. Estimativas indicam que cerca de 9 mil pessoas foram ou serão dispensadas. A maior parte delas deve ser absorvida por outras plataformas em montagem no País e indústrias locais. Sindicalistas calculam que cerca de 2 mil terão de enfrentar um período de desemprego pelo menos enquanto não começar o novo fluxo de contratações, para as plataformas P-75 e P-77, no segundo semestre de 2014.
