Apesar do destaque dado pela senadora Kátia Abreu (PSD-TO) aos transgênicos, no final de seu discurso, durante o lançamento do Plano Safra, no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff ignorou o tema em sua fala, que durou mais de 30 minutos. À saída da solenidade, questionada pelo Estado se era contra os transgênicos, cuja cultura é condenada pelos ambientalistas, a presidente Dilma limitou-se a responder: “claro que não (não sou contra)”.
A presidente não quis responder, no entanto, por que não tratou do tema no discurso, e justificou que não concederia entrevista porque estava rouca. Na semana passada ela usou a mesma desculpa para não falar com os jornalistas ao final da cerimônia em defesa do trabalho decente na Copa.
A senador Kátia Abreu defendeu as sementes geneticamente modificadas em seu discurso e condenou o “rancor e preconceito” em relação a estes produtos. A soja e o milho são os grãos genericamente modificados mais cultivados no País. Conforme dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) de 2011, as sementes geneticamente modificadas desses dois produtos foram responsáveis por quase um terço da renda bruta gerada na lavoura – R$ 57,9 bilhões (30,8%) do Valor Bruto da Produção (VBP), de R$ 188,2 bilhões.
O ministro da Agricultura, Neri Geller, em sua entrevista após a cerimônia, não detalhou quanto o setor vai receber no plano safra lançado ontem, mas disse que vai tratar com “todo carinho” esta cultura. Segundo o ministro, o apoio aos transgênicos está previsto no acesso às novas tecnologias. “O governo tem toda a atenção não só com os transgênicos, mas com todo processo de inovação tecnológica”, disse.