Dilma discutirá economia global durante visita à Europa

A presidente Dilma Rousseff vai realizar na próxima segunda-feira sua primeira visita “formal e substancial” à Europa. Ela vai se encontrar com líderes da União Europeia (UE) para discutir diversas questões, como energia, relações comerciais e economia global, disseram autoridades da UE. Os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e das Relações Exteriores, Antonio Patriota, além de seus colegas responsáveis pela indústria, energia, educação, comunicação e cultura acompanharão a presidente na visita. Eles também se encontrarão também com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, com o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, e com os responsáveis pela política externa e comercial do bloco.

A visita de Dilma acontece após ela criticar a forma como o bloco está lidando com a crise da dívida soberana e se distanciar da negociação de que Brasil, Rússia, Índia e China – o grupo conhecido como Bric – poderiam, de alguma forma, ajudar a solucionar a crise. No último dia 22, em Nova York, Dilma disse que o governo brasileiro “claramente” não planeja colocar dinheiro na Linha de Estabilidade Financeira Europeia (EFSF), após criticar a falta de vontade política dos líderes europeus para ajudar a Grécia.

As autoridades da UE adiantaram que não esperam nenhuma nova iniciativa do Brasil, nem que os países do Bric “vão ajudar no resgate”, em relação à aflição econômica do bloco. Ainda assim, eles enfatizaram as relações sólidas entre UE e Brasil, bem como a interligação econômica, dizendo que uma baixa na demanda na Europa pode prejudicar o Brasil.

A UE é o principal parceiro comercial do Brasil, representando 22% do total das negociações com o País. O Brasil é o mais importante provedor de produtos agrícolas para a EU. O total de importação de todos os produtos do Brasil para a UE representou 32 bilhões de euros em 2010. Na reunião, Dilma pode também abordar a questão dos impostos sobre transações financeiras. O Brasil aboliu o imposto em 2007, enquanto a UE, por causa da crise que vive, planeja colocá-lo em funcionamento.

Mais cedo nesta semana, a comissão europeia propôs a criação de um imposto sobre transações financeiras no bloco que deve entrar em vigor até janeiro de 2014. As alíquotas devem variar entre 0,1% para transações envolvendo ações e obrigações e 0,01% para outros tipos de produtos financeiros. A comissão alegou que a indústria precisa realizar uma espécie de reembolso aos contribuintes pelo resgate dos bancos durante a crise econômica.

Outros tópicos na reunião incluem uma linha de crédito de 500 milhões de euros do Banco de Investimento Europeu para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para ajudar a fomentar o setor de energia renovável. Também haverá a discussão sobre um acordo de isenção de visto de curto período entre os países da UE e Brasil.

Em relação a tratados comerciais, as autoridades da UE disseram que as negociações para um acordo de associação entre a UE e o Mercosul “estão avançando, mas provavelmente vão demorar um pouco mais”. As informações são da Dow Jones.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna