A presidente Dilma Rousseff (PT) mostrou-se pouco disposta a alterar os critérios de reajuste do salário mínimo definidos pelas centrais sindicais e pelo governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante entrevista coletiva concedida hoje, em Porto Alegre (RS). A metodologia prevê como índice a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes e mais a inflação do ano corrente. “O que nós queremos saber é se as centrais querem ou não a manutenção desse acordo pelo período do nosso governo”, avisou. “E se querem, o que nós propomos é R$ 545”.
Dilma também dissociou a discussão do aumento do salário mínimo da correção da tabela do Imposto de Renda. “Não concordamos com o que saiu nos jornais e era dito por várias pessoas, inclusive pelas centrais, que o reajuste, se houvesse, da tabela do Imposto de Renda, fosse feito pela inflação passada”, ressaltou a presidente. “No que se refere a esse reajuste, teria sempre de olhar não a inflação passada, porque isso seria carregar a inércia inflacionária para dentro de uma das questões essenciais que é o Imposto de Renda”, completou, para lembrar que “o que foi dado sempre foi uma mudança baseada na expectativa de inflação futura”, citando que, nesse caso, o índice é de 4,5%.
Depois de participar da cerimônia pelo Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, na noite de ontem, Dilma permaneceu em Porto Alegre até o início da tarde de hoje. A presidente dormiu em seu apartamento na zona sul da cidade. Durante a manhã, reuniu-se com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), com quem tratou de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), da ajuda aos atingidos pela estiagem na zona sul do Estado e ações para garantir o preço mínimo do arroz. À tarde, Dilma tem compromissos em São Paulo.