Contrariada com as críticas da oposição, que sugeriu a formação de um gabinete de crise para enfrentar a turbulência na economia, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, não conteve as estocadas nos adversários. “Essa política de gabinete de crise é de quem não segurou a barra e teve apagão”, reagiu Dilma, numa referência à falta de energia no governo Fernando Henrique Cardoso (1994-2002). Na época, o PT costumava chamar os problemas enfrentados nessa área de “apagão do planejamento”.

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Em entrevista concedida após fazer uma exposição na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sobre as reservas do pré-sal, Dilma afirmou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva está “todo comprometido” com o combate à crise. “Não tem uma parte do governo que olha a crise e outra que não olha”, afirmou. Questionada se achava que o debate estava contaminado pelo clima eleitoral, a chefe da Casa Civil – pré-candidata à sucessão de Lula – disse ver uma “diferença de concepção” entre petistas e tucanos. “Acho que é diferença de concepção mesmo”, reforçou. “Não é possível que a gente fique vendo debate eleitoral em tudo, gente! Pelo amor de Deus!”

Para Dilma, os adversários que sugerem um gabinete de crise querem reproduzir algo que não deu certo. “É a visão do apagão, minha filha!”, provocou ela, dirigindo-se a uma repórter. “Havia uma crise de energia elétrica no Brasil e fizeram um gabinete de crise. Agora, querem reproduzir isso sempre, mas hoje o Brasil inteiro tem que se voltar para o combate à crise”, insistiu a ministra.

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