Dilma: banco muda condições de financiamento do Brics

A presidente Dilma Rousseff avaliou nesta quarta-feira, 16, como “completamente satisfatório” o acordo do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) para criação do Novo Banco de Desenvolvimento. “Cinco países criam um banco, fazem um acordo contingente de reservas, um banco com capital subscrito e bem significativo com partes iguais para todos e com a governança compartilhada. Isso muda as condições de financiamento desses cinco países, que são os Brics”, afirmou a presidente ao final do encontro como primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, no Palácio da Alvorada.

O capital inicial do banco do Brics será de US$ 50 bilhões. Além disso, lembrou a presidente, há um Acordo Contingente de Reserva (CRA) de US$ 100 bilhões. Para Dilma, é preciso olhar “com uma perspectiva mais séria e de médio e longo prazo” para esse acordo.

“Acho que é extremamente relevante para esses cinco países, extremamente relevante, muda as condições tanto de financiamento quanto cria uma rede de proteção. Nós propusemos o acordo contingente de reservas e a Índia propôs o Banco, o novo Banco dos Brics”, afirmou a presidente, lembrando que, pouco mais de dois anos da proposta de criação da instituição, ela é realizada. “É um processo complexo, não é algo trivial, e eu acredito que isso signifique bastante para o cenário multilateral internacional. É muito importante que isso ocorra”, completou.

Questionada sobre o fato de o Brasil ter cedido a presidência do banco para a Índia, Dilma respondeu: “O Brasil não cedeu a presidência porque não tinha, não era dono (do banco)”. Ela explicou que o banco será gerido por um conselho de administração que será presidido pelo Brasil. A sede do banco ficará em Xangai, na China, mas serão instalados escritórios nos dois continentes, tanto na África quanto na América Latina, no Brasil, segundo a presidente. “Isso significará uma forma de gerir o banco que vai ser a mesma forma que os Brics têm”, disse Dilma, lembrando dentro do grupo há uma alternância na direção da cúpula.

“Temos essa forma rotativa de gestão, porque, entre nós cinco, optamos sempre por um padrão igualitário, padrão em que todos os países têm o direito de assumir a direção. É absolutamente, eu diria assim, inadequado avaliar o resultado dessa cúpula assim. Cada país tem o seu papel e vai tendo nas outras esferas sistematicamente”, afirmou.

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