A presidente eleita Dilma Rousseff defendeu hoje o critério atual de correção do salário mínimo, mas indicou que pode lançar mão de um mecanismo diferente para dar um aumento maior ao piso do País a partir de 1º de janeiro. Pela regra atual, o salário mínimo de 2011 seria reajustado apenas pela inflação de 2010, já que o Produto Interno Bruto (PIB) de 2009 foi zero. A regra vigente indica um reajuste pela inflação do ano anterior mais a variação do PIB de dois anos antes.
Dilma lembrou que essa regra para o salário mínimo de 2012 vai gerar um aumento total da ordem de 12%, já que o PIB de 2010 deve fechar em torno de 7,5%. “Estamos avaliando se é possível fazer uma compensação”, disse Dilma, lembrando que a simples aplicação da regra atual vai elevar o piso salarial do País em 2012 para um patamar acima de R$ 600.
A presidente eleita disse ainda que tem como objetivo não só reajustar o Bolsa Família, mas também assegurar que a cobertura do programa atinja 100% das pessoas habilitadas para receber o benefício.
Salário mínimo
Dilma afirmou ainda, durante entrevista coletiva, que o problema cambial no mundo não pode ser resolvido por meio de desvalorizações competitivas feitas isoladamente pelos países. “Na última vez que isso aconteceu, deu no que deu: houve a Segunda Guerra MUndial”, disse Dilma.
Na semana que vem, Dilma irá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reunião do G-20 (grupo das 20 maiores economias do mundo) em Seul, na Coreia. Antes da entrevista de Dilma, o presidente Lula havia dito que há uma guerra cambial no mundo provocada pelos Estados Unidos e pela China e que o Brasil iria ao G-20 “para brigar”.