A dificuldade das empresas para pagar em dia seus compromissos financeiros acabou puxando para cima a inadimplência total (pessoa física e jurídica) em 2003, segundo pesquisa divulgada ontem pela Serasa. De acordo com o indicador, houve um aumento de 5,5% na inadimplência total de janeiro a dezembro de 2003 na comparação com o mesmo período de 2002.
O levantamento mostra que a inadimplência aumentou mais para a pessoa física do que para a jurídica (empresas em 2003). No ano passado, a inadimplência da pessoa física cresceu 5,2% na comparação com 2002. No mesmo período, a inadimplência da pessoa jurídica registrou um avanço de 10,9%.
Em 2002, a inadimplência total havia crescido 19,3% em relação a 2001. Naquele ano, a inadimplência da pessoa física havia avançado 23,9%, contra um aumento de 5,2% para as pessoas jurídicas.
Segundos os técnicos da Serasa, o aumento da inadimplência para a pessoa física pode ser explicada pelo crescimento do desemprego, redução da rendam elevação dos juros, tarifas públicas e impostos.
Já as empresas foram prejudicadas pelos juros reais elevados e baixa atividade econômica, o que determinaram a menor pontualidade nos pagamentos junto aos fornecedores, segundo a Serasa.
Para 2004, a expectativa da Serasa é que ocorra um repique da inadimplência no primeiro quadrimestre do ano, provocada pelo alongamento dos prazos de pagamento a crédito no final de 2003.
Cheque sem fundo
Os cheques sem fundo perderam representatividade na inadimplência da pessoa física em 2003, segundo o indicador Serasa. A participação dos cheques devolvidos na inadimplência da pessoa física passou de 37% em 2002 para 36% em 2003.
O cartão de crédito e as financeiras representaram a segunda maior participação na inadimplência da pessoa física, com 33% em dezembro 2003. Em dezembro de 2002, a participação era de 34%.
Em terceiro lugar, no ranking do calote, aparecem os registros no sistema financeiro, com uma participação de 29% em dezembro de 2003. Esse percentual é menor que os 27% medidos em dezembro de 2002.
