O fim da subvenção governamental ao diesel em dezembro fez o preço do combustível disparar em janeiro, de acordo com o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) no âmbito do Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). No mês passado, o preço do óleo diesel subiu 7,34%, após queda 14,13% em dezembro, último mês do programa lançado pelo governo em junho de 2018 para acabar com a greve dos caminhoneiros.
Conforme o economista André Braz, do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, o diesel foi o componente que mais pressionou os preços no atacado. Se fosse apenas este produto que integrasse o índice, o IPA seria positivo, previu.
“Ele (diesel) tem peso grande no IPA e respondeu por 0,21 ponto porcentual da taxa de -0,19%. Se dependesse só do óleo diesel, o IPA já estaria em terreno positivo”, explicou. Em dezembro, o IPA cedeu 0,82%.
Braz disse que dentro da categoria Bens Intermediários, onde se situa o diesel, o item Embalagens também se destacou em janeiro, o que pode ser um indicativo de recuperação da atividade econômica. O preço das embalagens saíram de alta de 0,45% no último mês de 2018 para 0,68% em janeiro, e já vinha aumentando nos últimos 12 meses (9,31%).
“É um bom indicador porque mostra que tem mais produtos sendo embalados. Isso tudo já é um indicativo que a situação da atividade econômica esse ano está sugerindo um aquecimento mais forte, ou um desempenho bem melhor do que dos últimos dois anos”, afirmou Braz, ressaltando que em 2017 o Produto Interno Bruto (PIB) teve alta de 1% e em 2018 não deve se aproximar de 2%.
A expectativa na pesquisa Focus do Banco Central é que o PIB do ano passado tenha crescido 1,3%. “É preciso um PIB maior para se conseguir mais empregos. O aumento dos preços em janeiro pode ser o início de um aquecimento, significa o aparelhamento melhor das indústrias para produzir mais que nos últimos anos”, avaliou.