A inflação para a população de maior poder aquisitivo foi mais significativa do que a registrada para a de menor renda na cidade de São Paulo em julho. De acordo com levantamento realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) por meio do Índice do Custo de Vida (ICV) do mês passado, enquanto a variação média do indicador foi de 0,44% na capital paulista, o índice específico para os mais ricos registrou taxa de 0,55% e o que engloba o custo de vida dos mais pobres subiu apenas 0,18%.
Além do ICV geral, o Dieese calcula mensalmente mais três indicadores de inflação, conforme os estratos de renda das famílias da capital paulista. O primeiro grupo corresponde à estrutura de gastos de um terço das famílias mais pobres (com renda média de R$ 377,49); e o segundo contempla os gastos das famílias com nível intermediário de rendimento (renda média de R$ 934,17). Já o terceiro reúne as famílias de maior poder aquisitivo (renda média de R$ 2.792,90).
Para o primeiro estrato, o ICV de julho foi 0,48 ponto porcentual maior do que a variação negativa de 0,30% do mês anterior. No terceiro, de renda maior, a taxa de inflação foi 0,84 ponto porcentual superior à de junho, quando foi constatada deflação de 0,29%. No grupo intermediário, o ICV passou de -0,45% para 0,31%.
De acordo com o Dieese, o comportamento de alta dos grupos Saúde (2,02%) e Transporte (0,54%) foram determinantes para a população de maior poder aquisitivo sentir mais a inflação em julho. Em contrapartida, segundo a instituição, a queda média de 0,02% nos preços do grupo Alimentação ajudou mais as famílias mais pobres. O grupo Habitação, que mostrou alta média de 0,26% no ICV geral, trouxe impacto semelhante nos três estratos pesquisados, conforme destacaram os técnicos do Dieese.