Dieese: custo de vida em SP tem maior alta em 10 anos

O custo de vida no município de São Paulo subiu 1,77% entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano, aponta o Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado na manhã desta quinta-feira. Essa é a maior alta mensal do índice em 10 anos, apenas em janeiro de 2003 o aumento foi superior: 2,92%.

Entre novembro e dezembro do ano passado, o aumento havia sido de 0,43%, 1,34 ponto porcentual menor que neste mês. Os grupos que mais pressionaram esse aumento, segundo a pesquisa, foram: Alimentação (1,88%), Educação e Leitura (5,46%), Habitação (1,44%) e Despesas pessoais (7,60%), que colaboraram no cálculo da inflação com 1,64 pontos porcentuais dos 1,77 registrados.

De acordo com a economista responsável pela pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, janeiro é um mês que costuma registrar uma alta maior que a média. “Alguns aumentos são normais nessa época do ano, como escola e produtos in natura, o segundo por causa das chuvas. Na habitação tivemos alta devido ao aumento do salário das empregadas, influenciado pela alta do salário mínimo”, explicou.

Os alimentos in natura registraram no período aumento de 3,07%, puxados por raízes e tubérculos (15,42%) com destaque para batatas (21,94%). Essa alta foi superior a média do grupo. Os produtos da indústria alimentícia aumentaram 1,15% e alimentação fora de casa cresceu 0,56%. O arroz apresentou queda de 1,24%.

Outro grupo que registrou crescimento acima da média foi fumo e acessórios, que registrou aumento de 15,68%. Esse subgrupo representa 0,30 pontos porcentuais da alta total. “Neste mês, houve aumento nos cigarros – que não era esperado. As empresas aumentaram em abril de 2012 a última vez e agora novamente. Eles costumam aumentar os preços apenas uma vez ao ano”, ponderou.

Para o mês de fevereiro, a expectativa é que a taxa de aumento seja um pouco menor que a de janeiro, mas ainda assim alta. “Vamos contabilizar o aumento da gasolina, que ainda não pôde ser sentida em janeiro, mas ao mesmo tempo teremos a redução da energia elétrica. Teremos alta, mas não será tão alta quanto em janeiro”, disse.

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